segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O aspecto físico da mulher - ensinar e aprender



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Fiquei a pensar acerca de uma notícia, veiculada na semana passada, sobre o aumento do consumo de ansiolíticos e anti-depressivos em Portugal, que coloca as mulheres em primeiro lugar, e constata um aumento preocupante entre os jovens. Para além da crise, o que mais nos preocupa? Muitas coisas, sendo uma delas a aparência. E recordei-me então desta passagem, do " Mulheres que correm com os lobos":

"Menosprezar ou julgar negativamente o aspecto físico de uma mulher é contribuir para gerações sucessivas de mulheres neuróticas e ansiosas. Críticas destrutivas e exclusivistas quanto à constituição física herdada por uma mulher privam-na de uma série de importantes e preciosos tesouros psicológicos e espirituais. Privam-na do orgulho que deve ter no seu tipo de corpo que lhe foi transmitido pelos seus antepassados. Se a ensinarem a rejeitar essa herança física, ela desvincular-se-á imediatamente da identidade corporal feminina que deveria partilhar com a restante família.

Se a ensinarem a odiar o seu próprio corpo como poderá amar o corpo da sua mãe, que tem a configuração do seu? Como poderá amar o corpo da sua avó, os corpos das suas filhas? - como poderá amar os corpos de outras mulheres ( e homens) que lhe são próximas, e que terão herdado formas e constituições corporais dos seus antepassados? Agredir uma mulher desta forma vai destruir o seu legítimo orgulho de pertencer ao seu próprio povo, privando-a do ritmo natural e alegre que sente no corpo, independentemente da sua estatura, tamanho, ou forma. Fundamentalmente a agressão aos corpos das mulheres é uma agressão de longo alcance que afectou as mulheres que as precederam e que afectará as das gerações vindouras. “
Pág 241, Clarissa Pinkola Estés