quinta-feira, 30 de março de 2017

Reciclar Roupa

 
Via

Há uns anos, quando surgiram as famosas lojas dos chineses, muitas pessoas começaram a comprar aí roupa e calçado, dizendo que os baixos preços compensavam a baixa-qualidade; que não importava que a roupa se degradasse após algumas lavagens: deita-se fora, e compra-se outra. Também se variava! 
Algum tempo depois, notícias sobre alergias que estas roupas causavam, e más experiências vividas na pele, literalmente, derrotaram esta tendência.
Porém, as grandes cadeias de vestuário também oferecem roupa muita barata ( que, a propósito, também se degrada rapidamente); aliada a uma moda sempre muito actual, com uma grande rotação por estação, oferecendo pelo meio promoções fora de época. Enfim, um pacote irresistível! Que nem sequer foi beliscado pela notícia de um grupo de blogguers de moda, que após visitarem fábricas de roupa em países asiáticos, voltaram indignados com as condições de trabalho que viram. A noticia correu mundo, tornou-se viral, mas depressa caiu no esquecimento. 
As montras são apelativas, os preços igualmente, e as pessoas têm que se vestir, não é? 

Contudo, as marcas sabem que os consumidores estão cada vez mais atentos ao ambiente e impacto que as indústrias têm nele. Escolher uma via que tenha isso em conta é marketing ético, e publicidade é publicidade!

Foi pioneira em 2013, a H&M, ao colocar contentores nas lojas para recolher roupa que os clientes já não usam. Isto deu qualquer coisa como 22 mil toneladas. Seguiu-se a Zara, nas principais cidades espanholas. 
A ideia é voltar a vestir a roupa (em lojas de segunda mão), transformar noutros produtos, e transformar em fibras têxteis para produção de novas peças de roupa. 
Quando 95% da roupa deitada ao lixo pode ser reciclada ou reaproveitada, este projecto torna-se gigantesco e com impacto ambiental digno de nota. 

O conceito das lojas ecoeficientes estende-se à baixa do consumo da água e electricidade, às emissões de dióxido de carbono ( na produção e transporte), às lixeiras e aterros ( destino final). As cadeias multinacionais pretendem implementar este conceito em todas as lojas por todo o mundo. É um investimento de milhões, que sem dúvida trará também às empresas dividendos, seja em forma de economia, seja pela publicidade. 
Posto isto, não deveríamos nós, consumidores, fazer o mesmo? Reduzir no consumo, fazer escolhas mais criteriosas, tendo em conta a produção dos materiais, preferir o Made in Portugal, pagar mais para guardar as boas peças mais tempo. Sentir que as corporações aliviam a nossa consciência, é resultado da publicidade; eles fazem a parte deles, nós fazemos a nossa. 

Via
The huffingtonpost
Revista Ponto Verde , Janeiro-Fevereiro-Março 2017

terça-feira, 28 de março de 2017

Inveja

Via

Contou-me uma senhora, que após uma sucessão estranha de eventos desagradeis e problemáticos ( já se deram conta que costumam vir por ondas?), decidiu consultar uma vidente. Não podia ser, tanto azar! Não era normal. 
Portanto, na falta de lógica, e ausência do racional, onde se procurarão razões que nos esclareçam? Onde a razão não precisa de existir per se, outros argumentos de ordem superior, sobrenatural digamos, preenchem as lacunas. 
O problema aqui era o habitual: mal de inveja. Muita energia negativa para cima da família, dos carros, da casa. Não que a família se ostente acima das outras, mas segundo as experts, não é preciso, há pessoas que possuem mau-olhado e nem sequer sabem. E por vezes, basta-lhes olhar para uma planta admirando-a, que a murcham. Uma simples planta!

Histórias destas ouvem-se de longe a longe. O que me espanta sempre, é não ter ainda ouvido contar que a vidente acuse de inveja quem a procura.   
E certamente, também não serei eu a fazer a acusação.  

sexta-feira, 24 de março de 2017

Hambúrguer de Couve-Flor



Aqui está uma forma de pôr crianças a comer couve-flor sem queixas, e muito pelo contrário, com grande satisfação. Que o diga o Duarte, que já não sendo propriamente criança, mas que nunca gostou deste legume, nem sequer sendo propriamente adepto de comida vegetariana, se rendeu a estes hambúrgueres incondicionalmente. 
De fácil e rápida confecção, são deliciosos!



Hambúrguer de Couve-Flor 
Ingredientes:
Um pé de couve-flor
Dois ovos
Uma chávena de queijo mozarela
Sal e pimenta

Como fazer:
Picar a couve-flor crua, no processador, até ficar com aspecto de farinha; juntar os ovos batidos, o queijo e o sal e pimenta a gosto. Envolver tudo.
Untar com azeite uma sertã anti-aderente e aquecer; colocar a massa obtida às colheradas ( com a colher do gelado), e alisar com ajuda da pá de cozinha, fazendo o formato de hambúrguer. Deixar fritar em lume moderado cerca de 5 minutos de cada lado. Colocar queijo num dos hambúrgueres, pôr o outro por cima e deixar derreter. 
Servir com uma salada, e molho de alho,  o nosso sabor favorito nestas coisas de hambúrgueres.

quarta-feira, 22 de março de 2017

🎵Who run the world? Girls! 🎶

 
Via Renascença

E quando se fala das conquistas dos direitos das mulheres, como se efectivas fossem, e nos deparamos com uma página destas, onde as referências são apenas masculinas ( com excepção para Madame Le Pen e uma motorista da Uber), vê-se que pensar que estamos quase lá, não é senão música para nos entreter.

segunda-feira, 20 de março de 2017

A evolução do "sexting" ?


Via

"Sexting" resulta da junção das palavras sex + texting (sexo + envio de texto), para designar o envio de imagens de jovens com pouca roupa ou eróticas, através dos telemóveis ou computadores. 

Resultado do acesso fácil e privado à Internet, este fenómeno passa um pouco alheio aos pais e adultos, que frequentemente nem sequer imaginam o que os filhos fazem. Normalmente, a pratica de sexting faz-se entre namorados, porém quando estes acabam, ou se zangam, o que era privado, torna-se público, resultando num enorme embaraço e vergonha difícil de suportar, ou pior ainda, em bullying.

Todavia, é uma prática que está a vulgarizar-se, e a sair da esfera dos conhecidos. Devido à facilidade com que as pessoas se conhecem nas redes sociais, começando a interagir com uma naturalidade que não é reflexo da vida real, os relacionamentos à distância depressa se tornam íntimos. 

Esta constatação é do conhecimento comum, e os grupos criminosos já compreenderam a potencialidade deste mercado. Funcionam como call centers, em África e Ásia, utilizando fotos falsas e roubadas nos perfis, como engodo nas seduções cibernéticas. Ganham a confiança das vítimas, gravam as imagens comprometedoras, e fazem chantagem:  -Para não as tornar públicas, tens que me pagar xxx€!

A inexperiência e credulidade dos jovens, torna-os alvo fácil para quem pretende ganhar com esquemas fraudulentos e praticamente isentos de risco. 
Nestes casos, a vergonha é maior, a necessidade de manter o segredo é vital. Portanto, quando a disponibilidade financeira não existe, a saída pode ser o suicídio. 
A Polícia diz que este tipo de crime está em expansão, e que a resposta é a prevenção; conversar com os jovens e alertá-los para estes factos, mostrar-lhes notícias, partilhar casos. E sobretudo dizer-lhes que em situação alguma estarão sozinhos; tranquilizá-los para que conversem, procurem conselhos com algum adulto.

O mundo tecnológico está a mudar demasiado depressa, não nos dando tempo para prever determinadas situações, nem antever respostas. Temos que nos adaptar, permanecendo vigilantes e com o sentido crítico alerta.

quinta-feira, 16 de março de 2017

A caminho da Escola



Há uns tempos circulou nas redes sociais um artigo intitulado como "os caminhos para a escola mais perigosos do mundo", que era de facto impressionante. Acompanhado de imagens, o texto tornava-se mil vezes mais eloquente, pouco deixando à imaginação.  Certamente essa dura realidade fez pensar muitos de nós, pais preocupados, que acompanhamos os filhos à Escola diariamente, transportando-os de carro em trajectos de 10 minutos. Um passeio doce, contrastando com outras realidades.
Entretanto, encontrei por acaso "A caminho da escola", um documentário de Pascal Plisson no TVCINE2, que partilha as tais realidades duras e perigosas, para crianças que vão à escola. O Jackson de 11 anos, e a irmã, do Quénia, que percorrem 15 km, durante 2 horas diariamente, por terrenos selvagens, correndo perigo de vida devido aos elefantes. 
A Zahira, de 12 anos do Alto Atlas em Marrocos, que todas as segundas-feiras caminha 22 kms, durante 4 horas, por caminhos inclinados, estreitos e pedregosos. 
O Carlitos e a irmã, da Patagónia, que cavalgam os 18 kms, por 1h30 todas as manhãs, através de carreiros solitários feitos pela natureza, inclinados e escorregadias.
E o Samuel da Índia, de 13 anos  e paralítico, com os dois irmãos mais novos, que fazem 4 kms em 1h15 para chegar à escola, através do terreno arenoso, no qual a cadeira de rodas é puxada pelos irmãos pequenos.

Todos eles enfrentam forças verdadeiramente dissuasoras, porém preserveram,  aprumam-se, preocupam-se com a pontualidade e os resultados, e são óptimos alunos. Têm sonhos bonitos, de sucesso e solidariedade, e contra todas as probabilidades acredito que os alcancem, pois dão provas de uma vontade indómita.  Vontade essa, que falta muitas vezes aos nossos filhos, que tendo todos os confortos e facilidades, nada valorizam, e nada desejam. 
Um documentário excelente, para ver em família.

segunda-feira, 13 de março de 2017

O exemplo vem de cima?

 
Via

"Um estudo sobre hábitos tabágicos, que envolveu 3289 alunos do 7º ao 12º ano de 20 escolas de Coimbra , revela que 21% dos estudantes fumam - e que metade o faz regularmente ( meio maço de cigarros/dia). Ainda segundo os resultados da investigação aproada pelo Ministério da Educação, a maioria dos alunos fumadores ( 51.9%) diz que os pais fumam em casa. Para a Fundação Portuguesa do Pulmão, a sensibilização familiar é por isso fundamental."
In revista Sábado, 19-25 de Novembro de 2015

A mim serviu-me de exemplo ao contrário, porém para o meu pai o exemplo do seu foi seguido. Dizia-me ele que na época fumar estava na moda, que dava um certo status, e que não se falava de como era mau para a saúde. Tinha  estas desculpas e justificações, embora então já soubesse que fumar poderia ser um vício fatal, e para ele foi.
Actualmente, não há desculpas nem justificações que isentem os fumadores; a informação está amplamente difundida, os avisos de que o tabaco vicia mais do que o haxixe, e causa mais danos são divulgados periodicamente.
Portanto, fazem mal a si mesmos os fumadores, com a conivência da Lei, e apenas nisso poderão encontrar desculpa.   

sexta-feira, 10 de março de 2017

Caril de Coco Fácil #Vegetariana


É uma refeição tão boa, fácil e rápida! 

 Caril de Coco Fácil *
Ingredientes
1 colher de sopa (15 ml) de óleo de coco ou azeite

1 cebola pequena, picada
4 dentes de alho picados      
1 colher de sopa de gengibre ralado  
1 copo de pés de brócolos
1/2 chávena de cenoura cortada em cubos
1/4 chávena de tomate em cubos 
1/2 chávena de ervilhas de quebrar    
1 colher de sopa (8 g) de caril em pó
Uma
Pitada de pimenta caiena ou 1 pimentão vermelho seco, cortado em cubos conforme o gosto de picante

2 Latas (396 g) de leite de coco 
1 chávena (240 ml) de caldo de vegetais
Sal marinho e pimenta preta a gosto 

Quinoa:1 lata (396 g) de leite de coco
1 chávena (170 g) de quinoa branca

Sumo de limão fresco, coentros, hortelã e / ou manjericão, flocos de pimenta vermelha


Como fazer:  
Comece por lavar cuidadosamente a quinoa em água corrente, através de um coador fino. Cozer a quinoa numa caçarola, com uma chávena de leite de coco e uma chávena de água, e uma pitada de sal. Reduzir o calor depois de ferver, e cozinhar por 15 minutos ou até que a quinoa fique leve e fofa, e o líquido absorvido. Reserve até servir.
    
Enquanto isso,
coloque 1 colher de sopa de óleo de coco, ou azeite,  numa panela grande. Adicione a cebola, alho, gengibre, cenoura, brócolos e uma pitada de sal e pimenta, e mexa. Cozinhe, mexendo com frequência, até amolecer - cerca de 5 minutos.
    
Adicione o caril em pó, pimenta de caiena (ou pimentão), caldo de vegetais, leite de coco, outra pitada de sal e mexa. Deixar ferver, reduzir o lume ligeiramente e continuar a cozinhar por 10-15 minutos.
    
Adicione as ervilhas e tomates nas últimas 5 minutos para que eles não cozam demais.
    
Prove e ajuste os temperos conforme necessário.
    
Sirva sobre a quinoa de coco e decore com sumo de limão e ervas frescas.


* Blogue Minimalist Baker

quarta-feira, 8 de março de 2017

Sofonisba Anguissola - Uma feminista Renascentista

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Sofonisba Anguissola nasceu em 1532, primogénita de 7 filhos, em Cremona, Itália, no seio de uma família da baixa-nobreza. Recebeu uma educação esmerada, incluindo aulas de pintura, assim como as suas irmãs ( eram 6 raparigas). Aos 22 anos numa viagem a Roma conhece Michelangelo, que logo reconhece o seu talento, e a orienta informalmente, cerca de dois anos. 


Na época, as mulheres estavam reduzidas à pintura religiosa, de naturezas mortas ou retratos, tendo-se dedicado a este último. Porém, impedida de recorrer a modelos masculinos para as suas pinturas, usava os membros da família capturados em momentos domésticos, com objectos que definem as suas personalidades. Nos auto-retratos, numerosos ao longo da sua vida (e invulgares para a época, apenas posteriormente se tornariam comuns), também fez o mesmo, revelando-se pela imagem.



Por sugestão do Duque de Alba, a quem pintou um retrato, foi convidada por Filipe II para a corte espanhola, como aia da rainha. Pintou o retrato de  Isabel de Valois, mulher de Filipe II, ela própria pintora amadora, descobrindo-se posteriormente que também pintara o famoso quadro do monarca, atribuído durante muito tempo a Alonso Sanchez Coello, e inúmeras vezes copiado



Casou aos 38 anos, com o filho do vice-rei da Sicília, enviuvou passados 7 anos, e voltou a casar com um nobre genovês, que a apoiou na sua carreira de pintora. Viveu confortavelmente em Génova e Palermo, como artista e patrona das artes, onde a visitou Van Dyck, que a retratou com de 92 anos, mas ainda lúcida. Morreu aos 93 anos de idade.

Deixou cerca de 50 quadros, espalhados por diversos museus europeus e Estados Unidos

Sofonisba Anguissola, sendo a primeira mulher pintora que alcançou fama e respeito, abriu o caminho a outras mulheres pintoras, que inspiradas pelo seu sucesso, ousaram tentar a sorte numa arte dominada pelos homens.

- Chapeau

Fontes:
Wikipédia
Britannica
Museo del Prado 
Unicamp

segunda-feira, 6 de março de 2017

Prato vegetariano nas escolas, e " - Os meus pais não me deixam!"



Sempre acreditei que um dia a minha filha seria vegetariana. Tinha tudo o que a motivava para dar o passo: empatia pela filosofia por detrás da alimentação, e interesse pela minha dieta, que escolhia mais vezes do que qualquer outro membro da família.
Pensei que fosse uma questão de tempo, como aliás é para todos, mas confesso que nunca pensei que fosse tão rápido. Em Novembro do ano passado disse-me que aderia, definitivamente, ao vegetarianismo.

A Letícia sabe que pode desistir quando entender, fazer pausas, ou prevaricar se outro prato lhe agradar, e que não me decepcionará, pois respeito o seu caminho. Terei sempre orgulho nela. Mas entretanto, vejo que o processo está a decorrer com normalidade; gosta de todas as comidas vegetarianas que cozinho, embora tenha as suas preferidas. Já não pergunta inquieta, o que vai ser o almoço, ou jantar, quando chega da escola; sabe que seja o que for, gostará.

Há, contudo, dias problemáticos. Devido ao horário lectivo apertado, um dia da semana em que almoça na escola. E, ocasionalmente, participa em campeonatos de Rope Skipping, todo o dia. Ora, acontece que nestas ocasiões a opção vegetariana, não existe. Tem que levar o seu almoço, ou optar por uma refeição fragmentada, comendo apenas o que pode, daquilo oferecido.

No ano passado, creio eu, a DGS divulgou um manual de alimentação vegetariana em idade escolar, porém a informação foi dirigida às famílias, mantendo-se as Escolas à parte. As medidas devem ser mais assertivas para que mudanças ocorram, e esta lei, aprovada na sexta-feira, que torna obrigatório um prato vegetariano em todas as cantinas públicas, vem mudar, finalmente, a situação. E nós regozijamo-nos com isso.

Estes passos demonstram que a dieta vegetariana é pelo menos uma opção tão válida como a omnívora, e que as pessoas têm o direito de optar. Espero que assim se vá desconstruindo a ideia de que apenas a dieta omnívora é garante de saúde ( a propósito, será mais o contrário, ver aqui, sendo o consumo de carne relacionado a doenças, OMS dixit, ver aqui). E é, também, uma possibilidade que se abre a muitas crianças e jovens, que enfrentam oposição e preconceito familiar. Porque há crianças que dizem querer ser vegetarianas, mas os pais não permitem.

Educar com consciência envolve respeito pelo sentir e querer dos filhos. E creio, que embora a motivação parental seja boa, nem sempre é a mais ética e justa. Estamos minados com preconceitos, fossilizados em formatações de décadas, esquecidos das nossas próprias essências, e ainda assim nos julgamos soberanos na educação dos filhos. Vai sendo hora de questionamentos, de reflexões e mudanças. A Lei dá um empurrão, mas temos nós que fazer o resto.