quinta-feira, 26 de junho de 2014

9 Erros de Segurança Infantil na Água que até Pais Cuidadosos Cometem

 
Artigo via Babble

Nas férias de Verão, praias e piscinas são incontornáveis, destino de eleição da maioria das crianças. No entanto, há sempre um grande risco de afogamento, o que acontece mais do que desejaríamos, que seria nunca.

Todos sabemos que devemos estar sempre atentos às crianças, quando tomam banho ou brincam na água, mas ainda assim, cometemos erros. 

Segundo, Janet Evans, a atleta olímpica de natação americana, quatro vezes medalhada, estes são os nove erros:

1. "O meu  filho é muito jovem para aprender a nadar."
opiniões divergentes sobre quando ensinar as crianças a nadar, mas eu acredito que  introduzir  uma criança muito pequena na água - e aclimatando-a para a forma como o corpo se sente na água - é inestimável para, eventualmente, ensiná-los a nadar. Minha filha teve a sua primeira aula de natação aos quatro meses, e meu filho teve sua primeira aula às  quatro semanas. As estatísticas compiladas pela Fundação de Natação EUA prova que quando você coloca seu filho em aulas formais de natação, reduz o risco de afogamento em 88%.

 
 2. "O salva-vidas vai vê-los."
O salva-vidas é apenas uma pessoa, e não importa como eles são bons, eles não podem assistir a todas as crianças. Tenho sido provocada em festas de piscina por me sentar - geralmente ao lado do salva-vidas - e observar a piscina juntamente com ele. Afogamentos em festas de piscina são rápidos e silenciosos, e geralmente ocorrem com adultos ao pé, a metros de distância da piscina.

 
3. "O meu filho está seguro na água."
"Nenhuma criança está sempre segura na água. Eu sou uma campeã olímpica, e eu não estou segura  na água! Eu poderia tropeçar no deck da piscina, bater a cabeça e cair lá dentro. Como embaixadora da EUA Swimming Foundation, gostaria de sublinhar a importância de manter as crianças "mais seguras" dentro e ao redor da água, dando-nos uma coisa a menos para nos preocuparmos.

 
4. "Eu posso depender apenas de braçadeiras para ensinar meus filhos a nadar."
"Os pais acham que as braçadeiras ajudam os seus filhos a aprender a nadar, mas a maioria dos defensores de segurança na água não recomenda,  porque elas dão às crianças uma falsa sensação de segurança. Quando uma criança cai acidentalmente numa piscina é geralmente sem braçaceiras. Eles precisam saber como nadar sem elas. "


5. " A minha piscina é segura."
Apesar de não ser a forma mais comum de se afogar, armadilhas de drenagem são comuns. Como tal, os pais devem-se certificar de que drenagem e  sistemas de bombas de suas piscinas estão em conformidade com os regulamentos estaduais e federais atuais (encontrar informações no exterior com segurança). E não se acanhe em pedir orientação à piscina pública local . Você também deve manter a plataforma da piscina livre de brinquedos e outros objetos, de modo que nenhuma criança tropece e caia na piscina.

 
6. "Eu posso sair da piscina por alguns minutos para atender o telefone ou ir buscar alguma coisa a casa."
Mais uma vez, nenhuma criança está sempre segura na piscina. O afogamento é silencioso e demora dois minutos. Nunca tire os olhos do seu filho enquanto eles estão dentro de água, seja qual for, e por qualquer razão.

 
7. "Eu não preciso de um portão ao redor da minha piscina."
As crianças podem escapar para fora de casa e para a piscina sem serem notadas, e até mesmo as crianças com habilidades de natação poderão ter problemas. Piscinas de casa (juntamente com banheiras de hidromassagem e jacuzzis) devem ter uma porta de fecho automático em volta delas, se as crianças estão presentes dentro e ao redor da casa a qualquer momento.

 
8. "Se eu não consigo encontrar o meu filho, eu deveria procurar em casa antes de verificar a piscina."
Se a sua casa tem uma piscina, ela deve ser o primeiro lugar em que você procura. Mais uma vez, o afogamento é rápido e silencioso.

 
9. "Eu vou saber o que fazer se o meu filho precisa de ajuda."
Todos os adultos deveriam saber fazer Reanimação (encontrar um curso acreditado em seu local Cruz Vermelha  e YMCA) e as acções a serem tomadas, se encontrar uma criança inconsciente n uma piscina. Você nunca pode estar demasiado preparado.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dom da Ubiquidade

Julgava que apenas Deus o tinha, mas parece que não. É o dom de alguns médicos também. Infelizmente, os pacientes, sobretudo os das Urgências, parecem discordar.

Em época de cruzamento de dados é no mínimo estranho que tenha demorado tanto a descoberta deste...milagre.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Enfrentar os Enganos para Evitar os Danos (alguns!)


Via

Espanta-me a profundidade em que algumas pessoas se refugiam para serem enganadas. Contra todas as evidências, fecham os olhos e recusam-se a ver os sinais maiores. Agarram-se com certezas sólidas aos argumentos frágeis e inconsistentes, que lhes servem de caminho a percorrer.

E se, porventura, alguém tenta alertá-los, encontra a mesma recusa dos olhos, nos ouvidos. De tal forma estão imunizados a outro pensamento que não o seu.

E, nem quando a verdade explode, o que acaba por acontecer mais tarde ou mais cedo, o engano se explica e assume. Não há lugar ao mea culpa, nem arrependimento, nem sequer memória do que lhes foi sugerido, para que vissem o erro.
Como se a verdade, ao explodir, lhes causasse uma espécie de autismo selectivo.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Apocalipse Ortográfico

Via

Se este a.o. , que me deixa de cabelos em pé, foi elaborado por especialistas que aprenderam o Português tal como eu o conheço, e o transformaram nisto, fico antecipadamente apavorada com a perspectiva do novo a.o. , quando for feito por pessoas que escrevem*:

- pinxexa
- adrt
- bgd / bigada
- tas
- cmg
- axo
- qer
-qem
-agr

Estou com muito receio do futuro. Com muito medo de viver num país onde já ninguém comunique na mesma língua que eu. Pela rapidez da "evolução" da mesma, não tarda nada, voltamos aos grunhidos dos homens das cavernas.

* Vi no FB, nos amigos dos meus filhos, que isto de monitorizá-los tem as suas vantagens; vou acompanhando a evolução da língua praticamente in situ.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Insucesso escolar não é igual a insucesso

via
Uma avó preocupada comentava comigo sobre a situação da neta na escola. Desconcentrada, desinteressada, em risco de repetir o ano; só lhe interessa a dança, as pulseiras e apresentar-se bonita e arranjada.

Como conheço a menina em questão não me pareceu de todo que fosse "um caso perdido", se é que os há.
Lembrei-me logo do "Elemento", um livro que deveria ser de leitura obrigatória, para pais e educadores. Enquanto isso não acontece vou divulgando eu mesma o seu conteúdo, sempre que vem a propósito.

O nosso sistema educativo é feito para as massas, e há crianças que não conseguem encaixar nesse paradigma; no entanto, a máquina não se compadece desses casos, que não são tão poucos como isso, prefere tratá-los como excepções que podem emperrar a engrenagem. Por isso, limita-se a trucidá-los, na sua marcha cega e prepotente. Em resultado desse tratamento temos crianças desmotivadas, com baixa auto-estima.

Não significa  que estas crianças sejam menos inteligentes, menos criativas, menos interessadas. E os inúmeros casos de crianças com insucesso escolar que se tornaram casos de sucesso na vida atestam-no. Simplesmente, as suas capacidades estavam inutilizadas, por descobrir frequentemente, quando tudo o que a escola lhes pede e exige é que saibam reproduzir conhecimento. Que tenham sobretudo capacidade de memorização.
Porém, a família e quem rodeia a criança, que deveriam suspeitar deste sistema atroz, limitam-se a aceitá-lo sem contestação, lançando olhares de decepção à criança, que marcam a alma, como o ferro quente marca a pele. Para sempre.

Compete-nos a nós, enquanto pais e educadores, ajudar as nossas crianças a descobrirem aquilo em que são bons. Aquilo que fazem sem custo, mas antes com alegria. E dar-lhes condições de porem em prática os seus talentos. Depois de realizados numa área  que verdadeiramente apreciam, o resto melhora, e quem o diz não sou eu (embora acredite,) são os especialistas.

Quem sabe esta menina não se tornará  uma excelente bailarina ou cantora? Ou até estilista? Se for esse o seu elemento, vai ser feliz com certeza.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quando o Tempo Parou

Via
Sentir o calor no corpo, ao fim da tarde de um dia de Primavera.
Contemplar o campanário da igreja como se o visse a primeira vez.
Ouvir ao longe o coro infantil da catequese, melódico e meigo.
Sentir a brisa  dobrar o cipreste levemente, de um lado para o outro.

Como se todas as peças do cenário se encontrassem no seu lugar. 
E o tempo parou por segundos, cativo da perfeição.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Do Anónimo Livre ao Refém Identificado


via
Quando comecei a esccrever neste blogue aventurei-me apenas a assinar com o meu primeiro nome, e a associar a minha imagem a um avatar. Não queria que fosse anónimo, mas também não me queria expôr. Por isso, nem sequer disse a ninguém das minhas relações que o tinha. E a coisa resultou assim, durante uns dois, três anos.
Nesse tempo, senti-me livre para escrever sobre todos os assuntos  inspirados no meu quotidiano, envolvendo pessoas mais ou menos próximas. Esses acontecimentos serviam de base para reflexão, e mesmo omitindo nomes, se essas pessoas fossem leitoras do blogue com certeza se identificariam. E as acções tomariam não o carácter que eu lhes queria atribuir, o da reflexão, mas o da crítica.

Há uma certa cobardia no anonimato, mas por outro lado, liberta-nos. Dá-nos condições para escrever o que pensamos e sentimos sem lenitivos. Conseguimos ser mais objectivos, sem preocupações com o politicamente correcto. Sem receio de melindar, dando uma opinião verdadeiramente pessoal.
E que mal teria isto feito, com a assinatura em baixo? Apesar de cada vez mais as pessoas serem capazes de emitir uma opinião, a tolerância para com as opiniões diferentes é cada vez mais restrita. Mesmo jornalistas conceituados se deparam diariamente com opiniões insultuosas de leitores, apenas porque discordam deles.

Portanto, com o tempo e devido a um acontecimento relevante, que não vem ao caso, fui assumindo aqui a minha identidade, não a verdadeira porque sempre foi essa, mas uma identidade mais completa e inequívoca. Inesperadamente, não senti a perda do anonimato como julguei que sentiria; a minha linha manteve-se praticamente a mesma, continuei a expressar as minhas opiniões e reflexões, nem sempre politica e socialmente correctas.
Com certeza que muitos leitores não concordarão comigo, pelo menos não sempre, contudo tenho tido a sorte de não ter leitores anónimos a comentar, e isso para mim conta muito. E se conta para mim, que estou do lado de cá, porque não contaria para quem está no lado de lá? Há uma espécie de injustiça na falta deste equilíbrio.
Em última instância, somos todos livres para assumirmos o que queremos e aceitamos.

Após este percurso, cheguei à conclusão de que escrever um blogue pessoal anonimamente pode libertar-nos, porém faze-lo com assinatura, fortalece-nos.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Receita para o fim-de-semana: Delícia de Laranja


Depois de testar imensas receitas de Bolo de Laranja, volto sempre a esta, o meu primeiro bolo, que é um clássico. Começo a convencer-me que não existe melhor receita; um bolo grande, muito saboroso, húmido, e que ganha propriedades com os dias. E fácil de fazer, coisa de criança, eu bem sei!

Delícia de Laranja
Ingredientes:
300 gr de manteiga
300 gr de açúcar
300 gr de farinha c/ fermento
6 ovos
2 laranjas

Como fazer:
Bater a manteiga amolecida até formar um creme; juntar o açúcar, a raspa  de laranja e meia e sumo de uma. Bater um pouco, até envolver tudo. Acrescentar os ovos, um de cada vez, batendo entre cada um. Juntar a farinha e envolver bem à mão.
Vai em forma untada e enfarinhada ao forno a 175º, até cozer.

Desenformar e decorar a gosto.

Daqueles bolos que agradam a todos!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Crónica da Vida em Pemba, Moçambique


Este blog tem-me permitido conhecer pessoas muito interessantes; que me ensinam e fazem pensar sobre determinados assuntos, levando-me, frequentemente, a rever as minhas opiniões. Foi o caso da Maria Isabel, que com o seu marido, possui e gere o Chuiba Bay Lodge, em Moçambique.

Gostei tanto de ler este seu email que lhe pedi licença para partilhar com os meus leitores. E assim, a crónica de hoje é da minha convidada, a quem agradeço imenso as belíssimas fotos e texto.


E aqui, sinto-me perfeitamente segura. Estamos sozinhos, num raio de 4 ou 5 km, à excepção de uma aldeia Macua com  3.000 habitantes.

Sinto-me mais segura do que em qualquer país muito desenvolvido. Estou em casa.

Quanto à pobreza, é apenas aparente. Nós, cidadãos de países desenvolvidos, é que somos pobres. Passamos um ou dois anos a poupar para ter a em 10 dias a qualidade de vida que os locais daqui têm todo o ano.


Senão veja (estou a dar-lhe a realidade de Pemba):

São pescadores, têm peixe, marisco, cabritos, galinhas, coqueiros, mangueiras, papaeiras, cajueiros, bananeiras, etc.... Têm as suas machambas de mandioca e mapira (um tipo de ervilha seca) e milho - e só cultivam isto porque é a sua cultura. Não gostam de mais nada.

Vendem algum peixe ou cabritos e compram capulanas ou roupa, arroz, óleo e cebolas para cozinhar. Não passam factura de coisa nenhuma, não pagam impostos, e, quando pagam (se têm uma tenda, pagam de 1 a % 3%.

Têm uma alimentação muito mais saudável do que a nossa. Têm corpos esculturais. São felizes como nós já não somos há muitos séculos. Não têm as nossas necessidades nem o espirito consumista das civilizações ditas avançadas. Não  têm stress. Tocam os seus tambores e marimbas e dançam todos os dias. Têm escolas, primarias e secundarias, existe um centro de saúde em cada bairro e cada aldeia, têm hospital, têm 4 universidades.

Respeitam os velhos, o que acontece muito pouco nas sociedades "desenvolvidas".

Passam a maior parte do dia deitados à sombra frondosa das árvores em amena cavaqueira.

Jovem macua com pintura msiro (mascara de beleza)

A terra  pertence às mulheres. Se o marido resolver "arejar", vai com uma mão à frente e outra atrás. As machambas ficam para as mulheres e seus filhos. Mas sempre as mulheres são as donas das terras.

O povo em geral, como acontece em toda a África de Leste, tem raízes  swahili. É negociante por natureza. Compra aqui (de tudo) e vende ali com 50% em cima (desde gasolina, a arroz, a chinelos, a chamussas, a ovos cozidos, a bolinhos, a pão, etc...).E não pagam impostos.

Eu não consigo ter uma factura para peixe, legumes, macuti (cobertura dos telhados, que compro aos barcos cheios, que vem das ilhas com macuti, paus de mangal, bamboo, etc... e que levam para as ilhas bens alimentares que lá não existem.
Como etnias, existem os Macondes,  com mais incidência no planalto de Moeda, e que são grandes escultores. Trabalham em geral o pau preto e outras madeiras exóticas. Temos a etnia Muani (os Kimuanis) - cruzamento de árabes com negros, e que ocupavam o único settlememt em Pemba - o Paquitequete, o bairro mais típico da cidade e que, infelizmente, irá ser deslocado para outras paragens em  virtude da construção do porto que os americanos vão fazer na Baía de Pemba, numa extensão de 20km (aumentando o existente). Estes Kimuanis fazem o negócio com as ilhas, que acima descrevi. Temos ainda a etnia Macua  - pescadores que vivem em bairros ou aldeias junto ao mar ou ao rededor da Baia de Pemba.

Em Pemba há a circular mais 4x4 novos - em geral TOYOTAS HI-LUX com cabines ou TOYOTAS FORTUNER, novos (que aqui custam mais  40.000 Euros) do que no Algarve inteiro, pertencentes às multinacionais  - muitos deles moçambicanos.



Depois, a temperatura aqui oscila entre 20graus à noite até 35 graus durante o dia.

Uma capulana  é suficiente para sevir de cobertor durante a noite. Não precisam de aquecimento nem de ar condicionado. Têm casas meramente para dormir em camas swahili. Todo o resto da vida se faz fora. Cozinham e comem fora, à sombra das arvores (o nosso picnic!).

Damos-lhes pratos e talheres - vendem-nos  e comem com as mãos, fazendo bolinhas com o comer, que depois levam à boca.

Até os meus empregados de mesa e de cozinha, que já são mais evoluídos, o fazem, quando nos não estamos por perto. É a cultura deles. E não vejo nada de errado nisso. Até eu às vezes como com eles a chima com feijão, fazendo as mesmas bolinhas de chima e molhando no molho do feijão guisado. É bom a sério.

De referir que Moçambique tem uma população relativamente pequena. 30.000 habitantes para um pais 7 vezes maior que Portugal.  A população vive geralmente à beira mar ou à beira rio. Têm assim peixe para comer e água para se lavar.

Na cidade e com a chegada do petróleo e do gaz, há jå muitos locais (os que estudaram)  a ganhar de 500 a 1000 Euros por mês. São a classe média que está a crescer a olhos vistos. Chegam alguns a ganhar 2.000 a 3.000 USD, se forem formados em engenharia ou gestão, etc...E andam todos a estudar, independentemente das idades. A maior parte  do meu pessoal, incluindo empregadas de quarto, mesa, cozinha e inclusivamente guardas tem da 9a. classe ao 12o. ano. Tenho amigos locais, com 30  40 anos, a fazer a universidade de noite e a tirar mestrados.

Qualquer dos meus empregados é bem mais culto que os portugueses do mesmo nível. Gosto imenso de falar com eles. Sabem da história dos países circundantes, quem são e foram os presidentes, discutem política....é um erro pensar que são uns coitadinhos. Samora Machel investiu imenso na cultura deste povo. Mandou centenas de milhares de jovens para universidades no estrangeiro (Russia, Inglaterra, USA, países nórdicos, Portugal e muitos mais). Está uma classe média, sobretudo em Maputo, entre os 30 e os 45 anos, formados em Havard, Yale, Oxford e tantas outras universidades, muitíssimo cultos. E há imensas bolsas a estudar no estrangeiro (claro que estas bolsas, hoje em dia, não são acessíveis a todos os Moçambicanos ao contrário do que acontecia no tempo do Samora Machel). E existem ainda por todo o Moçambique, missões, onde missionários de várias origens, olhem as crianças dessa zona, a maior parte em sistema de internato, e as educam - têm escola, quintas onde plantam, semeiam e criam  o que comem e a educação e instrução é excelente.

Claro que ainda há crianças que não vão à escola e velhos que não sabem ler mas que têm a sabedoria da vida, e malandros que preferem roubar a trabalhar. Mas não é por falta de escola, que é obrigatória. Até aqui na aldeia já há uma pré-escola. Já têm há muito tempo escolas primárias. As escolas secundarias estão na cidade, a uns 7 km daqui. Mas estão para abrir agora uma escola secundaria nas proximidades. Claro que as escolas não têm janelas e as vezes nem carteiras têm. Mas janelas não precisam para nada. É como ter lições num grande terraço coberto. E sentar no chão é o que fazem todo o dia.

Muito mais teria para lhe contar, mas fica para outra vez.

Depois, parte a carteira, deita fora, não concerta nem repõe. Parte o vidro, deixa partido, não substitui. É a cultura e está nos genes. Nada a fazer. Vai levar duzentos ou trezentos anos a corrigir esses aspectos.

Há pouca cultura de trabalho, sobretudo no Norte de Moçambique, menos desenvolvido e clima bastante quente. É difícil fazer gente que tem tão boa vida, trabalhar oito horas seguidas. Muitos desistem pura e simplesmente. Voltam à sua vida de antes. 

Nós é que somos loucos. Andamos numa corrida desenfreada, vivemos para trabalhar, não trabalhamos para viver.


Veja só algumas fotos de crianças moçambicanas. Não vejo estes sorrisos de felicidade nas crianças europeias. Dê uma volta às fotos de família onde aparecem crianças e compare. Eu já o fiz. Não tem comparação possível. As caras das crianças Moçambicanas não transparecem stress algum....E se tiver acesso a anúncios moçambicanos - de campanhas publicitárias seja do que for, verá o mesmo sorriso nos adultos que nelas entram. Pelo pais fora se vêem cartazes publicitários seja da Mcell, da Vodacom, ou doutra qualquer empresa, e o comum entre eles é o sorriso franco, aberto, dsepreocupado, feliz.

Sem dúvida uma visão muito diferente daquilo que imaginava e pensava saber. Não posso expressar o quão feliz, e grata, estou por esta partilha. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Da série: O que já não aguento - Futebol

Via










Esta cobertura exaustiva às actividades ( e inactividades ) da selecção de futebol desgasta-me. Já nem sequer suporto ouvir uma sátira a respeito deste assunto, até ao fim.

Para quem ainda conseguir, há-de estar por aqui.


segunda-feira, 2 de junho de 2014

A Responsabilidade das Palavras

via
Não gosto que me atribuam palavras que eu não disse.
Que leiam nas entrelinhas, procurando por elas. As encontrem em metáforas ou outros recursos estilísticos.
As minhas palavras dizem o que eu quero dizer apenas, não o que o meu interlocutor pensa ouvir.
Já me basta procurar as palavras certas para dizer, o mais exactamente, o que quero dizer.

O resto é abuso. Não é inteligência, nem cultura literária.