terça-feira, 2 de julho de 2013

Como escolher a segunda língua estrangeira?



No 5º ano os alunos do ensino público não têm alternativa, o Inglês é a primeira língua estrangeira a estudar, o que tem lógica, pois já a começam a estudar no Primeiro Ciclo. No 7º ano deparam-se com a escolha da segunda língua estrangeira, e esta é realmente a primeira opção dentro do Ensino que traz consequências.

A primeira é que a turma, normalmente, constituída desde o 5º ano, e frequentemente desde o 1º ano, se separa, com a saída de uma parte dos elementos da turma para uma língua, e uma segunda parte de alunos para outra.

A segunda é o peso da aprendizagem da segunda língua. Com "peso", eu pretendo dizer "valor" da língua a ser estudada. Eu tenho notado que este segundo item  é considerado, pelos pais e alunos, como algo bastante irrelevante. Tomam como muito mais decisivo, o facto da turma se manter a mesma, e que os filhos continuem a ter os mesmos amigos.
Consequentemente, permitem que os filhos façam a opção da segunda língua estrangeira a ser estudada.

Na minha humilde opinião, apesar de eu reconhecer que é importante manter os filhos com o mesmo grupo de amigos, o valor da nova língua estrangeira, sobrepõe-se sem margem de dúvidas.
Como sou adepta do compromisso, e considero importante que os filhos exprimam opiniões e façam escolhas, a opção da segunda língua estrangeira não poderia ser impositiva. Portanto, a conversa sobre a opção a fazer, já a tivemos logo que as crianças entraram no Segundo Ciclo; ao longo do tempo, voltamos a debater o assunto, de forma a que a mentalização da segunda língua fosse aceite e compreendida pela parte deles.

O Duarte optou pelo Francês, por vários motivos. Ao contrário da opinião generalizada, é falso que a língua espanhola seja uma língua mais fácil, e portanto os alunos consigam melhores notas; é uma língua que entendemos bem, porém a nível gramatical é muito complexa, aumentando realmente o grau de dificuldade de aprendizagem.
É verdade que o Francês é uma língua mais difícil por ser foneticamente diferente do Português, e ter uma gramática tão complexa como a nossa, no entanto é por isso mesmo que devemos apostar nela.
Enquanto qualquer português não se coíbe de estudar ou trabalhar em Espanha, mesmo sem conhecimentos da língua, pois sabe que vai sempre "desenrascar-se", e ao fim de algumas semanas domina o Castelhano, com o francês isso já não acontece.

Aprender uma língua estrangeira sai muito caro e demora muito tempo, por isso a aprendizagem do Francês deve ter primazia.
Imagino que no futuro, ainda que nunca estudem Espanhol, os meus filhos poderão fazer um programa de intercâmbio, como o Erasmus, e assegurem a aprendizagem do Castelhano em tempo real, a custo zero, de tempo e dinheiro.

Ainda, relativamente ao futuro, e se bem que tudo na vida seja incerto, e  projecções a tão longo prazo se revelem factuais ou não, educamos os nossos filhos já pensar que o Mundo é o lugar deles, e estamos a prepará-los nesse sentido. Actualmente,  parece-nos que os países francófonos estão mais a salvo da crise, e estão também cultural e geograficamente mais próximos de Portugal.

Por último, o Francês é uma língua que eu domino, e portanto poderei auxiliar os meus filhos no estudo da língua.

Com certeza que os argumentos que apresentamos são algo pessoais, por conseguinte acredito que nem todos os leitores os validem; no entanto, para nós fazem todo o sentido. E para terminar, vou fazer finca-pé neste ponto: a escolha da segunda língua estrangeira não deve ser aleatória! É demasiado importante para que se faça baseada em argumentos passageiros como manter o mesmo grupo de amigos. O grupo de amigos vai diminuir e crescer ao longo da vida escolar; poucos da infância permanecerão ao longo dos anos, e amigos novos ficarão para sempre. É normal, é o fluir da vida.

Tenha uma óptima semana!