segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A escolha dos nomes para os filhos

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Uma amiga sueca teve um bebé e deu-lhe o nome de Sebastien. Gostei tanto da escolha do nome! Claro que Sebastien tem uma sonoridade diferente do seu equivalente português, assim como Julien ou Justin, que me agradam tanto em francês, como em inglês. Mas já não gosto dos nomes em português; falta-lhes aquela delicadeza fonética dessas línguas estrangeiras.

No entanto, ignoro  realmente se na escolha dos nomes para crianças, o critério a ter em conta, pelos pais portugueses, é a forma como os nomes soam ao ouvido. Mas não me parece, julgo, e quase que apostava que seja mais uma tendência.

É mais uma moda ditada pelas classes privilegiadas, que vêm os nomes dos filhos divulgados, e popularizados, pelas revistas. E desse modo, lançam tendências. Isto faz-me uma certa pena, porque dentro desse leque de nomes que se tornam quase escolhas obrigatórias, ficam de fora uma série de nomes giros, que vão caindo no esquecimento.

Os pais franceses continuam a escolher nomes como Noemie e Clementine. Procuramos os equivalentes em português e não encontramos ninguém assim chamado; talvez nas gerações das nossas avós. E nessa geração, conheço alguns nomes, que já eram raros da época, e que entretanto se tornaram totalmente obsoletos, como por exemplo Águeda.

Acredito que como em tudo, os nomes próprios também vão sofrendo uma evolução, e muitos acabam mesmo por desaparecer. No entanto, ainda restam imensos, o suficiente, para podermos escolher nomes que não sendo únicos, poderão ser menos escolhidos. Ou haverá alguém que acredite, realmente, que ter quatro Diogos, ou cinco Marias, na turma do filho é prático e bonito?

Para além das modas dos nomes, há ainda a considerar a ideia que determinados nomes trazem associadas; histórias de personagens trágicas que ficaram no imaginário colectivo, e que imediatamente nos remetem para essas tragédias, serão de evitar. É um peso desnecessário; como se naquela folha em branco já viesse rascunhado um rumo. Não é um bom augúrio.
Ou então, pelo contrário, nomes que já carregam um peso de sucesso absoluto, que podem marcar a criança pela diferença; estou a lembrar-me de Linda, por exemplo. E se a criança não for beneficiada pela Natureza? Isso não dará azo a alguns trocadilhos engraçadinhos, pela parte de alguns, nomeadamente pelos seus pares? Parece-me boa ideia poupar a criança a esse risco.
Talvez seja acertado procurar a origem dos nomes, e seu significado, para que a escolha recaía num nome auspicioso. Ver aqui. 

De resto, a escolha dos nomes dos filhos é levada muito a sério em determinadas culturas, precisamente por acreditarem, que o nome vai marcar a personalidade da pessoa, mais do que qualquer outra coisa.
Não se inibindo, por isso, de procurar o nome certo recorrendo, por exemplo, à numerologia. Ver aqui. 

Mas de facto, das várias culturas que conheço, não há nenhuma onde a Moda tenha mais peso na escolha dos nomes dos filhos, do que na nossa. Claro que a minha amostra de culturas é muito reduzida, e eu posso estar enganada. Não obstante, os nomes das crianças portuguesas são aqueles que estão à vista. E ao ouvido.

É uma pena, acho tão mais bonita e enriquecedora a diversidade.

Tenha uma óptima semana!