quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Columbo versus CSI

Via
Há dias ao fazer zapping na televisão a retina bloqueou subitamente com um filme do Columbo. Alguém se lembrará do Columbo? Bem, eu sim, embora muito vagamente; lembrava-me da gabardina, e de que era ligeiramente estrábico.
Fiquei a ver o episódio, que imediatamente me prendeu a atenção; nada de planos mirabolantes, ou mudanças de planos que nos deixam momentaneamente zonzos. Acontecia tudo com muita calma, mas a um ritmo fluido, muito natural, que era o do raciocino do detective Columbo.

Claro que o detective resolveu o crime, intrincado e subtil, recorrendo a um método de publicidade - as mensagens subliminares- usando contra o próprio criminoso, uma técnica por ele muito utilizada enquanto profissional da publicidade.
Foi absolutamente brilhante. Utilizou apenas a dedução, a perspicácia, e observação, e astúcia, ou seja, basicamente o cérebro!

Tão diferente dos filmes de investigação dos dias de hoje, que se sustentam unicamente nas tecnologias. Sinceramente, depois dos primeiros episódios de CSI o meu interesse desvaneceu-se;  depois da novidade, sentia que era uma repetição com personagens diferentes em cada episódio.
Maquinas, computadores, produtos químicos e binóculos, que detectam bocadinhos de unhas e saliva, e os identificam com nomes, morada e multas pendentes. E todos os filmes de investigação actuais vão também nessa linha, usando a mesma receita, oferecendo mais do mesmo. 

Eu prefiro acompanhar a  mente humana em acção. Nestes filmes nós sabemos tanto quanto os detectives, e vamos também pensando, duvidando e encontrando suspeitos. De certa forma, fazemos também parte da história. Por isso gostei tanto do Sherlock Holmes e da Miss Marple. Esses filmes nunca me cansaram, e gosto de os rever ainda actualmente.

São mais humanos e depositam mais confiança na capacidade humana de resolução. São filmes que nos humanizam, enquanto os outros nos mecanizam; somos meros espectadores passivos, perante uma tela que nos oferece as perguntas com as respostas.

Sim, podem chamar-me jurássica, mas eu cá prefiro o Columbo!

Até breve.