quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ser madrinha é...

Assim de repente, é giro. Mas se pensarmos melhor é uma grande responsabilidade, ou melhor ainda: uma missão.

Recentemente fui madrinha, pela segunda vez. Claro que quando me convidaram, tanto para o meu primeiro afilhado, como para o segundo, fiquei feliz e senti-me privilegiada, mas confesso que senti o peso da responsabilidade.

Quando eu era mais jovem, achava que ter um afilhado era engraçado; que as competências da madrinha se limitavam a oferecer presentes pelas datas da praxe, e brincar com a criança, de vez em quando. Felizmente, ninguém me convidou para madrinha nessa altura, porque eu não tinha, claramente, maturidade para assumir esse papel.
Porém, sem pretender utilizar o argumento em minha defesa, constato que para muitas pessoas a ideia de ser madrinha e padrinho, continua a ser essa.

Todos sabem que os padrinhos devem assumir o papel de pais, se porventura algum infortúnio acontecer; mas saber, e estar à altura para desempenhar esse papel são coisas diferentes. Porque, no fundo, não acreditamos que realmente alguma desgraça possa acontecer tão perto de nós. E Deus o permita assim. Porém, a consciência ao aceitar desempenhar esse papel deve ser a mesma. Até porque nada nesta vida é garantido.

E por isso mesmo, ao escolher padrinhos, os pais deveriam considerar as opções criteriosamente; na minha opinião, deve-se privilegiar  familiares, porque normalmente são aqueles que permanecem connosco ao longo da vida. Amigos, sem pretender minimizar a sua importância, até porque há amigos de uma vida, são regra geral, mais passageiros.

Ter em conta a idade dos padrinhos, deveria ser outro critério. Com certeza que escolher um avô, ou avó, é uma linda homenagem, mas em termos realistas e práticos, terão eles saúde e tempo para educarem uma criança? Ou até mesmo, participar da sua educação? Será um ponto a considerar.

A condição financeira também não deve ser descurada; não porque se tenha expectativas elevadas a respeito de presentes ( espero eu!), mas porque, realisticamente, terá aquela pessoa capacidade económica para criar mais uma criança? Ou então, não estará aquele padrinho, ou madrinha a ser sobrecarregado com algo incomportável? Como os presentes da praxe?

Para mim há um critério que é absoluto e se sobrepõe a todos os anteriores, que é a idoneidade da pessoa; ser alguém genuinamente bom, capaz de amar, cuidar e brincar. Alguém que não esqueça o afilhado, mesmo que esteja com algum problema com os pais, que visite, que ligue, que dê atenção e se torne presente de alguma forma.
Porque ser madrinha é ser um pouquinho mãe, mesmo quando esta está presente.

Como mãe de duas crianças, sei bem da importância que eles atribuem aos padrinhos; sei como ficariam magoados se estes os negligenciassem. E vejo como ficam felizes, mesmo com pequenas atenções.

Claro que não há formulas para escolher os padrinhos perfeitos. Mas podem evitar-se alguns erros, se pensarmos nesta questão com alguma clareza e consciência. E não creio que seja frieza, da nossa parte fazê-lo. Afinal trata-se de uma escolha definitiva e de grande importância.

Até breve!