sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tico, o gato-esquilo ?

O Tobias foi-se, veio o Tico; um gatinho negociado pela Letícia com uma amiguinha da escola, a quem nós pais, tivemos unicamente o direito de… aceitá-lo cá em casa.

Se aquela teoria que defende a influência dos nomes, na personalidade das pessoas está certa, sem dúvida que também se aplica aos animais. O que esperar de um gato com nome de esquilo? No mínimo que trepe bem. E dê saltos olímpicos entre os galhos, na falta destes, entre móveis. E todas as tentativas para o levar a compreender que não se salta para cima das mesas são infrutíferas, além disso, é aí que ficam as nozes e avelãs, certo?! Não que o gato-esquilo se preocupe em colectá-las,  patés variados surgem-lhe no prato, sem qualquer esforço, mesmo para quem tem o apetite voraz de um adolescente. Em vez disso, dedica-se à caça de coisas mais extravagantes e divertidas, como Bakugans distraídos, bonecas esquecidas e comida de plástico das crianças, que arrasta escada abaixo e corredor fora.

Tem um fraquinho por fios, cordas e atacadores, não hesitando em desapertá-los de pés incautos. Ou a retirá-los das pantufas do Duarte, guardadas no roupeiro e lutar com elas até que elas se rendam e se mostrem inanimadas. Intrigado deve andar, como depois disto, os atacadores ainda têm energia para se esgueiraram para dentro do roupeiro todas as noites. De manhã já lá estão!

Mas não pensem que é um gato selvagem; o seu interesse na cultura é visível nas capas dos livros desprevenidos. Está firmemente implicado na aquisição de conhecimento, nem que seja através de métodos menos ortodoxos, como por exemplo, através das papilas gustativas.

No entanto, quando depois do jantar nos sentamos no sofá para ler, ou ver um pouco de tv, os planos são-nos boicotados, pelo gato-esquilo, que se transforma no gato-lobisomen e nos salta em cima, por todos os lados. Quando finalmente se senta em frente a nós, a mirar-nos intensamente, não está convencido de que a brincadeira (dele) acabou. Está somente a recuperar fôlego. Tem a energia de uma criança-hiperactiva e os planos de um noctívago inveterado.

Mal entrou nesta casa impôs-nos regras inegociáveis; para quê acordar com o som artificial do despertador, se como todos sabem os sons da natureza são mais saudáveis? Na falta de galinhas, esse papel é feito pelo gato-galo. Mal o sol nasce, começa a miar, do rés-do-chão. Primeiro pacientemente: miau, miau... que é como quem diz: acordem meus queridos! Depois o tom vai subindo, à medida que o tempo passa e ninguém lhe surge à frente: Miau, miau... que é a linguagem para dizer: acordem seus grandíssimos preguiçosos, que estou a perder a paciência!

Não sei, mas seis da manhã, parece-me um bocado cedo, uma vez que não vivemos numa Quinta. E que não podemos fazer uma sesta das 9:30 às 11h. Não é gatinho-galo???!

Fora isto, é um gato amoroso. Dá beijinhos com a língua áspera,  trincas delicadas nas nossas mãos e enrosca-se nas nossas pernas com o corpo esguio da serpente. Mas sem dúvida que sofre de alguma desordem de personalidade. Não sei se personalidade dupla, ou tripla. Ou quadrupla.

Tenha um bom fim de semana!