quarta-feira, 23 de junho de 2010

Filhos em casa a tempo inteiro


A mãe do Piki anda preocupada; é mãe a tempo inteiro e inquieta-se com a socialização do rebento.

Todas as mulheres que são mães sabem ( porque sentiram na pele) que se sofrem pressões relativamente a tudo no que diz respeito aos filhos, a partir do dia em que o primeiro filho nasce. Todas as outras mulheres, mais velhas e da nossa idade, ou mais novas, mas já mães, sabem mais do que nós e sentem-se no direito, ou dever, de nos instruírem. Os conselhos, avisos, palpites, etc são abundantes e frequentemente contraditórios.

A esse respeito só posso dizer: ouça, mas rastreie. Informe-se, lendo revistas especializadas, como a Pais & Filhos e livros de puericultura. E depois aja, conforme o que o seu bom-senso lhe dita, pois você conhece o seu filho melhor do que ninguém, e a si mesma também.

Porém, prepare-se, pois as pressões nunca mais cessarão. Ainda que não lhe digam directamente, vão falar de casos, citar pessoas, dar exemplos que ilustrem e comprovem as teorias que lhe apresentam. A ida para a creche, ou Infantário, é uma dessas “batalhas”.

Já nem me recordo de todas as vantagens que me apresentaram para me convencer, de que os meus filhos ficariam melhor sem mim. Isto é, na Creche; que se tornariam mais sociáveis. Que sairiam de casa. Que ficariam imunes a doenças mais cedo. Sei lá que mais!

Os meus filhos ficaram melhor em casa, porque me tinham a mim exclusivamente a dedicar-me a eles. A casa nunca foi a minha prioridade, eles sim.
Num Infantário, há 2 funcionárias para 10-15 crianças.

Os meus filhos saíam de casa diariamente, inclusivamente no Inverno, desde que não chovesse, para passear no Parque, brincar no Parque Infantil e ir à Biblioteca.
Na creche as crianças saem muito raramente.

Os meus filhos estiveram doentes pouquíssimas vezes; e quando foram para a escola, mais crescidos e robustos, já não me preocupei tanto, como me preocuparia se fossem bebés, expostos a viroses e etc.

Os meus pequenos estiveram sempre em contacto com outras crianças, familiares, filhos de amigos, crianças que encontrávamos nas nossas saídas. Não eram bichinhos do mato. Quando foram para a escola, fizeram amigos com facilidade, constituíram grupos de amizade, coesos e verdadeiros.
Conheço crianças que foram para amas e creches desde bebés, e são crianças com grandes problemas de socialização.

Os meus filhos frequentaram um ano de Infantário, antes de entrarem para o 1º ano da Escola. Fizeram-no em part-time: o Duarte só ia de manhã e ficava as tardes em casa. A Letícia, no ano seguinte, só ia as tardes, ficando as manhãs em casa, comigo. Novamente, sofri pressões; as educadoras insistiam para que as crianças frequentassem a tempo inteiro. Diziam que eles não aproveitavam tanto como os outros. Eu respondia que esse ano não era obrigatório, e que os meus filhos eram inteligentes o suficiente para recuperarem no 1º ano da Escola.

Realmente, só nos interessava que as crianças entrassem em contacto com a instituição – Escola; que conhecessem a autoridade – a professora; que começassem a integrar regras; que aprendessem a estar numa sala de aulas. A ter a disciplina diária de sair de casa, para ir à Escola.

Como prevíramos, o 1º ano de Escola do Duarte, e um ano depois, da Letícia correu lindamente. A nível da aquisição de conhecimentos e da socialização, estão óptimos. Portanto, posso convictamente afirmar: somos um caso de sucesso!

Mais uma vez, só posso aconselhar: pense por si. Actue conforme o que acredita ser melhor, e não ceda a pressões exteriores.

Toda a vez que cede a uma opinião por insistência, e não por convicção, está a enfraquecer-se e a permitir um poder excessivo sobre si. Pense nisso.
Va bene?!