quarta-feira, 30 de junho de 2010

Advogado do diabo. Eu sou!


Houve uma época em que eu pensava que esta expressão designava o defensor de algum acto criminoso ou ilegal, que é basicamente a mesma coisa. Aquele que tornava partido. Que defendia.
Porém, a experiencia de vida ensinou-me que era algo bastante mais comum; imagine que você conversa com alguém que lhe conta um determinado problema, que teve com outra pessoa. Pode ser algo muito insignificante, tipo: “- Fulana passou por mim na rua e virou a cara, para não me cumprimentar”.

Você ouve apenas um lado na questão, mas como é aquela pessoa que lhe confidência, e como ela atribui a responsabilidade à outra pessoa, você faz o quê?
a)    Você acredita no que ouve, e perante isso emite uma opinião, confirmando ao seu interlocutor que ele tem razão em se indignar.
b)    Você fica na dúvida, porque ignora a questão no seu todo, e tenta ver do prisma da pessoa acusada e ausente. Fornece argumentos que possam trazer dúvida à pessoa com quem fala, tipo: “ -Talvez fulano tenha olhado, mas não te tenha visto” (Dou este exemplo porque aconteceu comigo).

Sem dúvida que se você optar pela primeira opção, o seu interlocutor vai ficar muito agradado consigo. A conversa acaba rapidamente. Ou prolonga-se, na crítica ao faltoso.

Se, porém, você optar pela segunda alternativa, então você está a ser “defensor do diabo”; esta não é uma posição simpática. Quem conta espera compreensão, que lhe digam que tem razão, que se indignem com ele. Se não agir desse modo, vai arranjar sarilhos!

Eu tenho arranjado sarilhos; não é propositado, aliás descobri recentemente, graças à Numerologia, que a responsabilidade é do meu dia de nascimento, 14 - Dia da Compreensão. E é assim, basta alguém começar a contar-me algo sobre outrem, e a minha mente já está a contra-argumentar, em defesa do suposto “réu”. Claro que assim o penso, assim o digo. E quem ouve não gosta.

Não é essa a minha intenção; eu tento compreender os diversos pontos de vista e não julgar sobretudo quando só se ouve uma parte da história. E também, ao expor uma outra perspectiva, desarmar de certa forma quem se sente indignado, para que abra a sua mente à possibilidade do engano, do mal-entendido.

Eu sei como é agradável darem-nos razão! Aqui mesmo na blogosfera, dificilmente nos comentários de um post, se lê uma opinião dissonante; invariavelmente todos concordam com quem publica. Há blogueiros que levam mesmo a mal que alguém pense e diga o contrário.

Eu acho uma lástima; a riqueza da inter-acção humana reside na diversidade de pensamentos e sensibilidades. Se não abrimos a porta à proficuidade do diálogo estamos a perder tempo num monólogo entediante e sem sentido.

E quem quer perder tempo?!Eu não.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dica de leitura: "Leite derramado"

Por vezes os títulos dos livros são como janelas entreabertas, mesmo antes de lermos já conseguimos imaginar a trama. Ainda que posteriormente imaginação e escrita não confiram. Há outros que são como portas de madeira, não deixando entrever absolutamente nada. Para mim, “Leite derramado” foi assim; no entanto, é somente uma ilusão óptica. Foi como se olhasse somente a parte da porta, ao nível dos meus olhos, e esquecesse a parte superior, onde há uma pequena janela. Se eu tivesse olhado e considerado a pequena janela, teria lido “Chorar sobre leite derramado”. E então a minha imaginação teria fluído. Mas foi melhor assim.
Nunca um título foi tão ajustado.

Este livro deixou-me imensamente triste. Ainda bem que o li! Não, não sou masoquista nem nada que o valha, acontece que é um daqueles casos em que a leitura nos perturba, emociona, entristece, aviva memórias, enfim, nos humaniza.

A história de sete gerações, para trás e para a frente, pela voz do centenário Eulálio Assumpção; até ao último minuto, apaixonado pela mulher.

Li há dias uma teoria sobre doenças; tem Alzheimer quem quer esquecer. Assim, Eulálio nunca poderia ter essa doença, e não teve, ele alimentava-se das suas memórias, uma mente frequentemente lúcida, num corpo em permanente falência.

Como escreveu Pilar del Rio, jornalista e viúva de José Saramago: “ A grande literatura está aí para cravar-se em nós como um punhal na barriga, não para nos adormecer como se estivéssemos num opiário e o mundo fosse pura fantasia”.

Recomendo esta leitura vivamente.

“Leite derramado”, Chico Buarque
Editora D.Quixote
223 páginas

Tenha uma óptima semana!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Receita de fim de semana: Comer com pauzinhos chineses

Se por casualidade me viu, há dias, a entrar numa loja Chinesa, daquelas cujo cheiro eu maldigo, quando passo em frente da porta, onde afirmo não entrar de jeito algum, saiba que foi uma operação "imposta".

Uma missão excepcional, de movimentos cirúrgicos: ida directa à prateleira dos pauzinhos e tigelas de porcelana.

Há dias eu questionava se a Letícia não se tornaria numa fashionista, mas descobri que é muito mais do que isso; ela é precursora de Modas!
A Letícia quer aprender a comer de pauzinhos chineses. E uma coisa leva à outra: não há pauzinhos sem tigelas chinesas, não há tigelas sem comida chinesa.

Sai um Noodles com frango, em 30 minutos, para família de quatro!

Ingredientes:
250 gr de noodles
200 gr de brócolos
1 Cenoura
3 Laminas de gengibre
1 Cebola
100 gr de cogumelos
2 Peitos de frango (cozidos e desfiados)
1 Raminho de salsa
Sal, óleo e molho de soja q.b.

Como fazer:
1. Coza os noodles, em água temperada com sal, cerca de 2 minutos, Escorra, passe por água fria e reserve.

2. Arranje os brócolos e ferva-os em água, 2-3- minutos.
Corte a cenouras e o gengibre em tiras finas, e a cebola em gomos.

3.Aqueça 5 colheres (sopa) de óleo numa wok ou frigideira larga, e junte-lhe a cenoura e o gengibre. Adicione-lhe a cebola, os cogumelos, e o frango e salteie mais um pouco.

4. Envolva os brócolos, os noodles e o molho de soja a gosto. Polvilhe com salsa picada e sirva quente.
(Receita: China, sabores do Mundo, Edições Impala)

Quando eu digo que é uma delícia, confiem; eu tenho o exigente palato  de uma imperatriz chinesa!

好 胃口!  

Bom fim de semana!

P.S. se por acaso, me voltarem a ver, entrar na tal loja, é para perguntar ao simpático chinês onde posso comprar alga wakame. Certo?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Filhos em casa a tempo inteiro


A mãe do Piki anda preocupada; é mãe a tempo inteiro e inquieta-se com a socialização do rebento.

Todas as mulheres que são mães sabem ( porque sentiram na pele) que se sofrem pressões relativamente a tudo no que diz respeito aos filhos, a partir do dia em que o primeiro filho nasce. Todas as outras mulheres, mais velhas e da nossa idade, ou mais novas, mas já mães, sabem mais do que nós e sentem-se no direito, ou dever, de nos instruírem. Os conselhos, avisos, palpites, etc são abundantes e frequentemente contraditórios.

A esse respeito só posso dizer: ouça, mas rastreie. Informe-se, lendo revistas especializadas, como a Pais & Filhos e livros de puericultura. E depois aja, conforme o que o seu bom-senso lhe dita, pois você conhece o seu filho melhor do que ninguém, e a si mesma também.

Porém, prepare-se, pois as pressões nunca mais cessarão. Ainda que não lhe digam directamente, vão falar de casos, citar pessoas, dar exemplos que ilustrem e comprovem as teorias que lhe apresentam. A ida para a creche, ou Infantário, é uma dessas “batalhas”.

Já nem me recordo de todas as vantagens que me apresentaram para me convencer, de que os meus filhos ficariam melhor sem mim. Isto é, na Creche; que se tornariam mais sociáveis. Que sairiam de casa. Que ficariam imunes a doenças mais cedo. Sei lá que mais!

Os meus filhos ficaram melhor em casa, porque me tinham a mim exclusivamente a dedicar-me a eles. A casa nunca foi a minha prioridade, eles sim.
Num Infantário, há 2 funcionárias para 10-15 crianças.

Os meus filhos saíam de casa diariamente, inclusivamente no Inverno, desde que não chovesse, para passear no Parque, brincar no Parque Infantil e ir à Biblioteca.
Na creche as crianças saem muito raramente.

Os meus filhos estiveram doentes pouquíssimas vezes; e quando foram para a escola, mais crescidos e robustos, já não me preocupei tanto, como me preocuparia se fossem bebés, expostos a viroses e etc.

Os meus pequenos estiveram sempre em contacto com outras crianças, familiares, filhos de amigos, crianças que encontrávamos nas nossas saídas. Não eram bichinhos do mato. Quando foram para a escola, fizeram amigos com facilidade, constituíram grupos de amizade, coesos e verdadeiros.
Conheço crianças que foram para amas e creches desde bebés, e são crianças com grandes problemas de socialização.

Os meus filhos frequentaram um ano de Infantário, antes de entrarem para o 1º ano da Escola. Fizeram-no em part-time: o Duarte só ia de manhã e ficava as tardes em casa. A Letícia, no ano seguinte, só ia as tardes, ficando as manhãs em casa, comigo. Novamente, sofri pressões; as educadoras insistiam para que as crianças frequentassem a tempo inteiro. Diziam que eles não aproveitavam tanto como os outros. Eu respondia que esse ano não era obrigatório, e que os meus filhos eram inteligentes o suficiente para recuperarem no 1º ano da Escola.

Realmente, só nos interessava que as crianças entrassem em contacto com a instituição – Escola; que conhecessem a autoridade – a professora; que começassem a integrar regras; que aprendessem a estar numa sala de aulas. A ter a disciplina diária de sair de casa, para ir à Escola.

Como prevíramos, o 1º ano de Escola do Duarte, e um ano depois, da Letícia correu lindamente. A nível da aquisição de conhecimentos e da socialização, estão óptimos. Portanto, posso convictamente afirmar: somos um caso de sucesso!

Mais uma vez, só posso aconselhar: pense por si. Actue conforme o que acredita ser melhor, e não ceda a pressões exteriores.

Toda a vez que cede a uma opinião por insistência, e não por convicção, está a enfraquecer-se e a permitir um poder excessivo sobre si. Pense nisso.
Va bene?!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Viagem de foguetão

Quando o Governo decidiu encerrar todas as escolas com menos de 21 alunos, fiquei zangada; imaginei-me mãe dessas crianças a ter que “enviar” os meus filhos de 7 e 9 anos, sozinhos, num transporte público, para outra terra. A terem que se levantar muito mais cedo. A não poderem almoçar em casa. A ficarem fora todo o dia.

Ainda se espantam com a desertificação do interior do país?!

Agora fiquei ainda mais zangada; o governo vai implementar  uma série de outras medidas que vai prejudicar os alunos mais pobres.

Ainda se espantam com a baixa natalidade?!

Dizem os especialistas que as medidas de austeridade devem cortar nas despesas; eu digo que devemos aumentar as exportações. Para começar, exportaremos todos os políticos para…(não há nenhum país que eu deteste tanto, a ponto de os querer exportar para lá!)… para a Lua!

Aí não causarão danos a ninguém com o seus desgovernos.

- E então, ficamos sem classe política? Perguntam vocês. Mais vale maus, do que ficarmos sem, dirão alguns.

- Calma! – digo eu – importaremos políticos, para equilibrar a balança. Importaremos da Alemanha; a eficiência germânica é bem conhecida.

Como os meus filhos estão muito descontentes, com a herança que os políticos portugueses, lhes estão a deixar, ofereceram-se para construir o foguetão: todas as peças Lego são necessárias e serão sacrificadas, numa viagem sem volta.
Este não é um Vai-e-Vem. Este, leva políticos: só vai!

Concorda? Então assine a petição aí, na caixa de comentários.

Bem-haja!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sobremesa de fim de semana:Torta Tres leches


Há bolos que apetecem particularmente com tempo quente, portanto quando li pela primeira vez, no The Pioneer Woman, sobre esta torta achei que seria ideal para esta época e esperei. Não conhecia o Tres leches, mas as opiniões eram unânimes: deliciosamente irresistível.
A origem é latino-americana, feita em vários países, ignorando-se a origem exacta. Por isso, deixei a receita da PW e procurei uma, que me parecesse mais original. Encontrei em Dulces da Queca.

Ingredientes:
2 Chávenas de chá de farinha
2  Chávenas de chá de açúcar ( eu pus uma)
6 ovos
1 c. Café de fermento
1 pitada de sal
½ chávena de água (substitui por leite)
1 c. Café de essência de baunilha
1 lata de leite evaporado
1 lata de leite condensado
1 chávena de natas (aproximadamente ¼ de litro)
Creme chantilly para a decoração.

Como fazer:
Bater os ovos inteiros com o açúcar até aumentar o volume; juntar o sal, a baunilha e o leite, misturando cuidadosamente. Acrescentar a farinha peneirada e o fermento. Envolver delicadamente. Levar ao forno a cozer, em forma rectangular, untada e enfarinhada, a 180º. Coze rapidamente.
Entretanto misture numa taça o leite condensado, o leite evaporado e as natas. Reserve.
Desenformar o bolo, picar com um palito e regar o bolo ainda quente com os 3 leites. Corte aos quadrados. Deixe arrefecer e decore com chantilly, raspas de chocolate, ou a gosto. Vai ao frigorífico, algumas horas. Melhor ainda de véspera.
Um manjar dos deuses!

Um bom fim de semana :)

terça-feira, 15 de junho de 2010

As orquídeas são muito curiosas

Problemas com as suas orquídeas? Janela com elas!

Eu explico: A long, long time ago, quando eu nem aprendiz de jardineira era, fomos de férias à Holanda e notei que muitas casas tinham nas janelas uma espécie de flores, que eu achei lindas, elegantes! Um dia, não aguentei a curiosidade e perguntei a um senhor, que saía de uma dessas casas. Com um certo ar de perplexidade, tipo: “De que planeta vem ela?!”, respondeu-me que era uma orquídea!

Infelizmente eu não tinha uma janela de sala em casa, que desse para a rua, enfim, tenho uma no rés-do-chão, com vidro fosco, o que pelo menos a inutiliza para esse efeito, por isso desisti de reproduzir a ideia. Porém, entretanto, o meu marido ia-me oferecendo vasos de orquídeas, abre parênteses - porque eu prefiro vasos de flores a ramos, muito mais efémeros - fecha parênteses, e eu ia colocando os vasos na sala. Na procura do sítio perfeito, mudava:  no louceiro, no carrinho do chá, no outro móvel, no armário da tv, ia mudando, e as orquídeas iam, invariavelmente morrendo. Não adiantava seguir os conselhos da plaquinha que traziam: regava cuidadosamente, adubava, limpava as folhas, falava com elas, mas nada resultava!

Um belo dia, num impulso inspirador, coloquei uma orquídea rosa na janela da cozinha. Ela floriu em abundância, as folhas cresceram e nasceram novas, numa exibição de beleza e saúde, que causou espanto a mim sobretudo quem a contemplava. E depois de ter dado provas que já não era uma assassina de orquídeas, recebi de presente outra, desta vez branca, que se portou da mesma forma. Já vai na segunda floração.

Há pouco tive uma recaída; a burguesa que me habita ainda não se conformara com a predilecção da aristocrata flor pela cozinha e levou a orquídea rosa, em plena floração, para o hall de entrada; em poucos dias, os promissores pequenos botões murcharam e caíram, indiferentes aos olhares de quem entrava. Foi levada de urgência para a janela da cozinha; está a banhos de luz e vapores da água da torneira, em franca recuperação.

Pronto, agora estou convencida, a janela da cozinha cria um micro-clima muito favorável às orquídeas e além disso, elas são curiosas, gostam de ver a paisagem. Que o digam os holandeses!

Até breve!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tico, o gato-esquilo ?

O Tobias foi-se, veio o Tico; um gatinho negociado pela Letícia com uma amiguinha da escola, a quem nós pais, tivemos unicamente o direito de… aceitá-lo cá em casa.

Se aquela teoria que defende a influência dos nomes, na personalidade das pessoas está certa, sem dúvida que também se aplica aos animais. O que esperar de um gato com nome de esquilo? No mínimo que trepe bem. E dê saltos olímpicos entre os galhos, na falta destes, entre móveis. E todas as tentativas para o levar a compreender que não se salta para cima das mesas são infrutíferas, além disso, é aí que ficam as nozes e avelãs, certo?! Não que o gato-esquilo se preocupe em colectá-las,  patés variados surgem-lhe no prato, sem qualquer esforço, mesmo para quem tem o apetite voraz de um adolescente. Em vez disso, dedica-se à caça de coisas mais extravagantes e divertidas, como Bakugans distraídos, bonecas esquecidas e comida de plástico das crianças, que arrasta escada abaixo e corredor fora.

Tem um fraquinho por fios, cordas e atacadores, não hesitando em desapertá-los de pés incautos. Ou a retirá-los das pantufas do Duarte, guardadas no roupeiro e lutar com elas até que elas se rendam e se mostrem inanimadas. Intrigado deve andar, como depois disto, os atacadores ainda têm energia para se esgueiraram para dentro do roupeiro todas as noites. De manhã já lá estão!

Mas não pensem que é um gato selvagem; o seu interesse na cultura é visível nas capas dos livros desprevenidos. Está firmemente implicado na aquisição de conhecimento, nem que seja através de métodos menos ortodoxos, como por exemplo, através das papilas gustativas.

No entanto, quando depois do jantar nos sentamos no sofá para ler, ou ver um pouco de tv, os planos são-nos boicotados, pelo gato-esquilo, que se transforma no gato-lobisomen e nos salta em cima, por todos os lados. Quando finalmente se senta em frente a nós, a mirar-nos intensamente, não está convencido de que a brincadeira (dele) acabou. Está somente a recuperar fôlego. Tem a energia de uma criança-hiperactiva e os planos de um noctívago inveterado.

Mal entrou nesta casa impôs-nos regras inegociáveis; para quê acordar com o som artificial do despertador, se como todos sabem os sons da natureza são mais saudáveis? Na falta de galinhas, esse papel é feito pelo gato-galo. Mal o sol nasce, começa a miar, do rés-do-chão. Primeiro pacientemente: miau, miau... que é como quem diz: acordem meus queridos! Depois o tom vai subindo, à medida que o tempo passa e ninguém lhe surge à frente: Miau, miau... que é a linguagem para dizer: acordem seus grandíssimos preguiçosos, que estou a perder a paciência!

Não sei, mas seis da manhã, parece-me um bocado cedo, uma vez que não vivemos numa Quinta. E que não podemos fazer uma sesta das 9:30 às 11h. Não é gatinho-galo???!

Fora isto, é um gato amoroso. Dá beijinhos com a língua áspera,  trincas delicadas nas nossas mãos e enrosca-se nas nossas pernas com o corpo esguio da serpente. Mas sem dúvida que sofre de alguma desordem de personalidade. Não sei se personalidade dupla, ou tripla. Ou quadrupla.

Tenha um bom fim de semana!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Se não fossem os gostos o que seria do amarelo?!

( A minha escolha: sapatos em pele, robustos e confortáveis, em castanho. Básicos.)

Essa frase até parece já nem fazer sentido, uma vez que o amarelo está na moda, mas o que ela significa realmente continua válido. Na verdade, este é um questionamento sobre o bom-gosto. O conceito não é consensual, pelo contrário, é muitas vezes controverso e polémico. E mutante. Ainda há pouco não se misturavam flores e riscas, nem vermelho e rosa. Actualmente todas as combinações parecem permitidas.
Porém, algumas regras básicas da moda mantêm-se. Não vou falar disso, não sou personnal stylist, vou apenas dizer que cada local e situação exigem determinado tipo de roupa. E isto, pelo menos, devemos ensinar aos nossos filhos.

Lembro-me do caso daquela menina de 4 anos que cismando ir ao hipermercado de pijama, pantufas e tiara, ia mesmo! Segundo a mãe, não havia quem a convencesse do contrário.

Conheço mães que me dizem já, há muito, não conseguirem vestir determinadas roupas aos filhos; porque eles escolhem as suas roupas e fazem as combinações.

Cá em casa isso não acontece; eu escolho as roupas e faço as combinações. Roupa de escola é diferente da de festa, e das saídas descontraídas, como praia e piscina. Para o meu filho é quase indiferente, para a minha filha menos. Ela gosta de moda, e na última vez que fomos ao shopping quis entrar numa loja e escolheu uma écharpe. Desde a pré-escola que ela me vai fazendo pedidos muito raros, mas muito precisos: um casaco de pelinho, umas jardineiras em ganga, uns sapatos de brilhantes e lantejoulas e agora, um colete em ganga! Uma verdadeira fashionista?! Veremos.
Por vezes, ela faz combinações, mas a decisão final é minha. Por vezes essas combinações surpreendem-me; eu não as faria, mas vejo que resultam, por isso tento não censurar, mas guiar e respeitar a criatividade dela.
A escolha de Letícia: sapatos em tecido e lantejoulas, delicados-MAS-confortáveis. Chique ou kitsch?! Se não fossem os gostos, o que seria do amarelo, não é?!

Tenha uma óptima semana!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Preparar uma festa de aniversário infantil


Perdoem-me a falta de modéstia mas as festas infantis cá em casa são um sucesso! É um facto. E quando o afirmo pauto-me pelas impressões recolhidas aos próprios pequenos. Expressões como: Gosto muito desta casa, é uma casa alegre, vocês são muito divertidos, adoro as vossas festas, as festas aqui são diferentes, etc, saem-lhes espontaneamente.

Já me têm dito que termos terraço e jardim é muito importante nestas ocasiões; as crianças espalham-se pelo espaço, correm, saltam com a liberdade que as quatros paredes não permitem. Eu concordo, no entanto, esse é apenas um detalhe; nós não deixamos as crianças por conta própria, uns a brincarem, outros a aborrecerem-se, outros a disparatarem. A festa é organizada a pensar neles e começa semanas antes do dia em questão.

O tema da festa é decidido pelo aniversariante; nem sempre encontro por aqui as decorações necessárias, porém, graças ao eBay, sou abastecida com aquilo que preciso. Isto é feito com umas 3 semanas de antecedência, para não haver falhas.

Os convites são feitos por mim, com opinião, aval e contributo (recorte e colagem) do aniversariante.

O menu pensado e executado por mim, novamente, aquelas coisas básicas: bolo de aniversário ( chocolate), queques, cocos, natinhas, gelatina, batatas fritas, mini-sandes variadas, fruta e por fim piza e gelado.

As actividades são organizadas e dirigidas, por nós, os pais do aniversariante; uma tarde de jogos tradicionais, que facilmente se põem em prática. Dias antes selecciono os jogos e providencio o material necessário.
- Balões e risos: dê a cada criança um balão, para encher, que será atado por um fio ao tornozelo. Estando todos prontos dá-se partida e os participantes tentam pisar e rebentar os balões dos outros. Ganha o último a ficar com balão. Este jogo é hilariante, até eu jogo!

- Corrida de ovos: cada pequeno leva um ovo cozido (embora no início eu diga que não está, eles ficam mais excitados, depois conto!) numa colher e faz um percurso. Ganha quem chegar primeiro à meta, sem deixar cair o ovo.

- Cabra-cega: uma criança fica de olhos vendados, tentando identificar a criança que conseguir apanhar. Será esse o próximo a ficar de olhos vendados. O pai das crianças é particularmente engraçado neste jogo, uma risota para a pequenada.

- Desembrulha o presente: Uma caixa grande, embrulhada com papel de presente (reciclado!) é passada de mão em mão, pelas crianças que estão sentadas no chão em círculo. Sempre que a música pára de tocar a criança que tiver o presente na mão começa a desembrulhar o mais rápido possível, até que a música volte a tocar, pois aí tem que passar para criança seguinte. Dentro da caixa grande existem várias caixas, que eles vão desembrulhando e abrindo até chegar a uma muito pequenina. Desta vez era uma caixa de fósforos, tinha um brinde, para o pequeno vitorioso.

Enquanto decorriam os jogos, era pintada uma tela, pelas crianças. A criatividade deles é enorme e nenhum se coíbe de participar, ficando a obra final como recordação dos amigos, para o aniversariante.

Finalmente a piñata, que eu não entrego de mão-beijada. Faço uma caça ao tesouro da própria piñata; dou-lhes uma primeira quadra enigmática, que eles vão decifrando e encontrando mais quadras escondidas até chegarem ao esconderijo da supra citada. As crianças fazem uma fila, dos mais pequenos aos maiores, vendam os olhos e tentam acertar na piñata com um pau. Este momento também é muito aguardado, pois é divertido e no final ainda têm muitas guloseimas e brindes, para apanhar.

Os jogos vão mudando de festa para festa, estes citados foram jogados na festa do Duarte. Vou tirando as ideias dos livros “Jogos para crianças” de J.M. Allué, nada de rebuscado e muito divertido.
Assim se passa uma tarde de festa, numa casa alegre!

Tenha um feliz dia :)