segunda-feira, 1 de março de 2010

«Casa sem gato nem cão é casa de velhaco ou ladrão»

Certa vez recebi um FW supostamente humorístico que listava uma série de características de como “homem macho” deveria ser; entre esses requisitos figurava o animal de estimação. Homem que é homem, segundo o anónimo autor, não gosta de gatos, muito menos tem gatos! Homem que é homem tem cão. Caniche nem pensar! Tem que ser cão de grande porte, tipo pastor alemão ou rottweiler. Confesso que tinha até uma certa piada.

O certo é que a maioria dos homens não gosta realmente de gatos! O meu filho aos 2 anos já sabia identificar a raça dos cães, e a 1ª revista que ele pediu para comprar foi uma especializada em caninos. Está bom de ver qual foi o 1º animal de estimação que  pediu, não?! Sem sucesso pois o pai não concordou, ao contrário de mim, que digo que sim ao cão, ao gato, ao coelho, ao pato e até ao pónei!

Portanto, quando a Letícia começou a pedir um gato, à falta de cão, todos pressionámos o pai, para que concordasse. Demorou, porém a perseverança da Letícia foi recompensada. Em seguida vieram os peixinhos vermelhos para o pequeno lago do jardim e um cágado, para o Duarte.

Na minha opinião uma família sem animal de estimação está incompleta. Além de que também acredito nos benefícios que os animais de estimação proporcionam ao crescimento e formação das crianças. E claro que os animais mais engraçados, que mais brincam, que mais inter-agem são sempre aqueles que dão mais trabalho, que mais sujam, mais causam estragos. Mas o gato nem tanto! Dotado de natureza independente, gosta de companhia  mas também aprecia que o deixem ficar tranquilo, e se isso não acontecer não hesita em mostrar o seu desagrado exibindo as garras. E usando-as! É um animal limpo, aprende muito depressa onde fica o seu W.C. e gosta de cama lavada. Aprende que não é tolerável arranhar cortinas, sofás e tapetes. Subir a armários e mesas então muito menos! É óptimo a aprender. Os meus filhos juram que o nosso (só porque isso aconteceu uma vez) sabe ligar o computador e abrir portas.

Porém, cada gato tem a sua personalidade; tenho ouvido histórias do arco-da-velha, gatos mal-humorados, que não gostam de crianças, que têm ciúme do dono, que comem tudo o que apanham à pata à mão, que fazem xixi propositadamente nos sítios mais inconvenientes, etc.

O Tobias, o nosso gato, possui uma natureza afável, é curioso e bom comunicador. Não poderíamos ter gato melhor e isso aconteceu, estou convencida, porque foi a Letícia que o escolheu da ninhada, lá na loja de animais. Creio que houve ali uma comunicação de alto nível, entre os dois no momento da escolha.

Desde os tempos mais antigos que o gato não deixa ninguém indiferente; no antigo Egipto era considerado sagrado, quando morriam eram mumificados e os seus donos rapavam as sobrancelhas, em sinal de luto. Trazido para a Europa depressa se popularizou como caçador de ratos. Porém na Idade Média foi perseguido, acusado de bruxaria e lançado à fogueira, como as bruxas. Mas já no século XVII havia quem dissesse: «casa sem gato nem cão é casa de velhaco ou ladrão».

Recordo um outro FW  exaltando os gatos; dizia por exemplo, que os gatos absorviam as energias negativas da casa que habitava, por isso eram muitas vezes excessivamente gordos. Absurdo? Sei lá…há quem acredite que as plantas fazem o mesmo! Porque não os gatos? Talvez afinal eles sejam os próprios feiticeiros!

O Tobias está ausente há 4 dias; a natureza nesta altura fala mais alto do que o frio e a fome! Fico sempre inquieta, mas ele regressa sempre.

Tenha uma óptima semana, que eu vou ali fora fazer uns miados ;)