segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

-Mãe, porque é que dar arrotos é feio?




Foi esta a pergunta súbita e inesperada que o meu filho me fez recentemente; bem, nem tanto inesperada, pois o assunto está na ordem dos dias. Ele anda com a mania irritante e constrangedora de dar arrotos, consegue “fabricá-los” com uma sonoridade nojenta que me tira do sério! As vezes que já lhe dissemos que dar arrotos é feio e mesmo a fingir: É FEIO, não se contam. Nada adianta… até passam alguns dias e eu penso que a fase acabou, mas qual quê!

Então a questão despoletou uma necessidade de reflectir sobre as sonoridades produzidas pelo nosso corpo, que são obrigatoriamente silenciadas. Não vale a pena referenciá-los, pois não?!
O certo é que esses “ruídos”  são censurados, desde a nossa infância:
-Não dês arrotos que é feio!
-Mastiga em silêncio!
-Não dês puns! (Pronto: disse!)

Como eu expliquei ao meu filho:
-Se os barulhos incomodam muita gente, os odores incomodam muito mais!

Mas...e agora, aqueles tais ruídos, inodoros e incolores, como um simples burburinho na barriga, provocado por fome (ou outra coisa que também não vale a pena referir, pois não?), causa-nos constrangimento sem fim, se estivermos, por exemplo, num local público silencioso. E porquê? Pergunto eu, se é um ruído natural e involuntário? Quem teria sido a personalidade que ditou a sentença de intolerabilidade contra tais ruídos? Uma mulher certamente, quase que aposto, pois vejo através do meu filho e amigos, como para eles a produção artificial desses ruídos é fascinante e fascinadora. Já percebi que competem entre eles quem consegue alcançar a perfeição. E também já percebi que para as meninas isso é nojento, no máximo, algumas -as mais atrevidas, que não resistem aos out-laws - (tão tipicamente feminino!), soltam uns risinhos. Mas não imitam!

Canudo…como temos evoluído, desde as cavernas! Mas os homens restam basicamente os mesmos.

Tenha uma óptima semana!