segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O sonho


(o Sonho, Henri Rousseau)

Eu sempre sonhei imenso. Lembro-me de alguns sonhos que tive em criança, um em particular, por ser recorrente e me deixar extremamente assustada; até hoje não consigo explicar porque um grão de areia a crescer me deixava em pânico. Recordo outros, também assustadores, que me marcaram. Na adolescência comecei a ter sonhos que primavam pela originalidade, então comecei a registá-los num caderno, não porque acreditasse que tivessem algum significado, mas apenas por serem divertidos.

Na idade adulta os meus sonhos tornaram-se mais complexos, muitas vezes repetição do meu dia, das minhas preocupações e problemas. Então, aquele que se repetia mais era a queda. A sensação de cair, de sítios extremamente altos, para os quais eu nunca subiria acordada (porque sofro de vertigens) era terrível e o choque acordava-me automaticamente. Numa determinada noite, estando em queda livre, lembrei-me subitamente:” - Isto é um sonho! Posso fazer o que quiser.” E comecei a flutuar. Ao fim de algum tempo acordei. Mas foi muito excitante aquela sensação de controlo!


Naturalmente, desde que me tornei mãe tenho alguns sonhos com os meus filhos. Por vezes são pesadelos, e nesses, quando a situação começa a ficar demasiado insuportável eu acordo automaticamente. Assim, com um clic! Um automatismo que eu criei, certamente, para me salvaguardar. Muitos dizem que o sono é um desperdício da vida, porém se conseguíssemos controlar o sonho, esse período de descanso físico poderia ser bem mais produtivo.

Então, eu começo a especular; já imaginou se você conseguisse controlar os seus sonhos? O que é que você faria? Aonde iria? Com quem estaria?

Tenha uma óptima semana!