segunda-feira, 16 de março de 2009

O Paulo é feliz a distribuir correio!

(Imagem aqui)
O Paulo é o carteiro de uma pequena localidade, conhece todos os habitantes pelo nome, sabe das tristezas e alegrias de cada um, é enfim, mais do que um carteiro, é um amigo. Bem-disposto, faz o giro diariamente, ansioso por atender quem precisa dele. É feliz assim.

Agora a sério; dá para acreditar que alguém seja feliz a distribuir correio?! Que palmilhe kms por dia, que mal ganhe para os sapatos que rompe e ainda assim consiga ter um sorriso estampado no rosto?! Não dá, pois não? Só podia ser num desenho animado!

O carteiro que faz o giro da minha rua é um rapaz muito simpático, sorrindo permanentemente, e muito competente; não creio que a ambição dele seja distribuir correio ad eternum. Para minha consternação, ele vai querer progredir (o que é justo), passar para o atendimento no Correio, depois ser chefe de serviço e por aí acima. Ter ambição é bom, faz-nos avançar, porém também promove a sensação de felicidade adiada: “ Quando eu for promovida, é que vou ser feliz!”, “Quando tiver aquele aumento, vou ser feliz!”, “Quando comprar aquele carro, serei feliz!”. E vamos projectando no futuro a nossa felicidade. É um pouco como fazer uma viagem e não desfrutar da paisagem, das peripécias que entretanto acontecem, de tal forma estamos focados no destino final. O que é um desperdício enorme! Metade da graça está na viagem, também podemos ser felizes no entretanto. Realmente, podemos ser felizes aqui e agora.

Tenha uma semana muito feliz! Já!