segunda-feira, 10 de março de 2008

Dependente do telefone


Eu? Eu não! Nem do telemóvel nem do telefone, e a prova é que me esqueço de um e não atendo o outro. Ok, agora que as crianças estão na escola tenho mais cuidado para estar sempre contactável, mas apenas no horário da escola. Não é propositado o esquecimento do telemóvel, quanto ao telefone basta começar a tocar e já começa o jogo do empurra ente mim e o meu marido.
- Não deve ser para mim! Diz aquele que for mais rápido a falar.
-Também não estou à espera de algum telefonema em particular. Responde o outro sem se dar por vencido. E às vezes neste diálogo o telefone toca, toca e pára. E o caso fica resolvido. Claro que se for durante as refeições então ninguém se levanta, porque as refeições são sagradas! Um dia a minha mãe almoçava connosco e o telefone tocou. Nós fingimos que não ouvíamos, mas a minha mãe insistiu para irmos atender. Como dissemos que não queríamos interromper o almoço, ela começou a mexer-se na cadeira, a ficar nervosa e de um pulo levantou-se a correr para atender.
Eu sei que mexe com os nervos das pessoas, ouvir o telefone tocar e não atender. Nós conseguimos perfeitamente, talvez porque não gostamos de falar ao telefone. Eu simplesmente não aguento ficar parada ao telefone; enquanto falo, cirando pela casa, rego vasos, arrumo roupa, brinquedos, etc. Mas ainda assim acho que o telefone é para dar um recado rápido e não para tagarelar. Começo a ficar irritada com isso, então “despacho” logo a pessoa. Ninguém na família me entende, e ficam passados quando ligam e não atendemos (nem sempre estamos em casa, ora!) mas por outro lado, tenho visto situações de pessoas dependentes de telemóvel que chega a raiar a má-criação.

Na 5º-feira passada, enquanto esperava a minha consulta na Clínica, notei um número surpreendente de pessoas com os telemóveis nas mãos (e ouvidos!) apesar dos vários avisos para desligarem os aparelhos. Uma utente, inclusive, aproximou-se do recepcionista, falando ao telemóvel e continuou a falar, enquanto ele lhe perguntava o nome e ela lhe estendia o cartão de utente e abanava a cabeça. Ele lançou-lhe um olhar de desagrado mas não disse nada. Eu achei pena que ele tolerasse aquela má-educação, mas pensei que talvez ele já tivesse visto aquela cena outras vezes.
Portanto, não sou dependente nem gosto de falar ao telefone; e você, quantos telemóveis tem?

Uma óptima semana a todos!