segunda-feira, 31 de março de 2008

E viva o Museu dos coches!

BubbleShare: Share photos - Play some Online Games.(Passe com o rato nas fotos, para ler as legendas)

Partir de férias em época-baixa tem várias vantagens; os preços são mais económicos, o trânsito é menos intenso, as filas para comprar entradas nos museus, palácios, etc. são quase inexistentes, os profissionais desses locais estão mais disponíveis, logo, são mais simpáticos na prestação de esclarecimentos e por último, a quebra da rotina a meio do ano é extremamente salutar e dá-nos energia para “aguentar” até às férias de verão. Existe o inconveniente do tempo que nesta época é imprevisível, porém nunca choveu, o que foi bastante satisfatório. Engraçado observar como os turistas se vestiam conforme as nacionalidades: para os ingleses e alemães o tempo estava suficientemente quente para vestir t-shirt e calções, nós, franceses e espanhóis de parkas e os nossos irmãos brasileiros muito bem agasalhados, com casacos de fazenda e camisolas de gola! Até o tempo é relativo...

As nossas mini-férias em Lisboa foram super-bem organizadas dado que dispúnhamos apenas de 3ªfeira a 6ªfeira e o nosso programa era ambicioso. Começamos pelo Zoo onde o Duarte entrou em delírio, correndo de um lado para o outro e fotografando todos os animais que podia! Reparei aí na quantidade de pais com um só filho; pois é, as entradas não são propriamente económicas e simplesmente não dá para famílias numerosas!
Tínhamos grandes expectativas para Sintra e não fomos defraudados; o Palácio da Pena é um assombro que recomendo a todos que visitem Lisboa. É uma surpresa constante e uma descoberta magnífica da arte e história portuguesas. Lindo demais!
A quinta da Regaleira, encantou-nos pelo seu jardim e enigmáticas figuras esculpidas ligadas á maçonaria que nos intrigam e causam espanto.
O Palácio de Queluz é outra surpresa maravilhosa, com as suas belíssimas salas, uma das quais nos fez lembrar a sala dos espelhos” de Versailles. Neste palácio reuniu-se de urgência a família real para prepararem a partida para o Brasil, fugindo às tropas de Napoleão. Era, também, juntamente com o palácio da Pena uma das residências de verão dos monarcas portugueses.
Porém, a minha homenagem vai para o Museu dos coches, não somente pelo museu propriamente dito mas porque na bilheteira fomos surpreendidos por algo verdadeiramente inédito. Habitualmente, toda a família paga entrada, quando muito há o “bilhete familiar” que por vezes contempla um pequeno desconto, em poucos sítios a entrada para as crianças é grátis, contudo, no Museu dos Coches fomos premiados por nos fazermos acompanhar das crianças e em vez dos 8€ pagamos 6€! E não é que deveria ser assim em todos os museus?! Incentivar os pais a levarem as crianças, ensiná-las a apreciar estes passeios culturais e promover estes locais de forma tão simpática!
E regressamos a casa revigorados.

Uma óptima semana a todos!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Pequenos luxos, grandes alegrias



Há luxos de que eu não abro mão, de facto acho até que vivo rodeada de luxo, todos os dias da semana. E como aprecio! A cada momento desses, digo para mim mesma:
-Que privilegiada sou!
Quer viver no luxo? Quer ser feliz? Você também pode, todos podem!
E o melhor de tudo é que muitas vezes não se gasta um cêntimo, outras vezes custa muito pouco; quando num sábado frio vejo um filme no sofá, com um filho de cada lado e eles acabam por adormecer encostados a mim. Quando saio de casa pela manhã e calco a terra do meu jardim. Quando tomo café na chávena da Vista Alegre, pousada num tabuleiro com naperon de linho bordado. Quando almoço com o meu marido durante a semana. Quando vejo nascer uma planta que eu plantei. Quando olho o céu azul intenso. Quando vejo um casal de melros na minha figueira…
A lista de pequenos luxos que me proporcionam grandes alegrias seria interminável e incompleta, pois a cada dia descubro algo de novo. O truque está na atenção que ponho naquilo que me rodeia e em valorizar o que tenho.
E agora, dão-me licença mas tenho que ir fazer a mala. Não vamos às Caraíbas,rssss.... apenas alguns dias de férias em Lisboa, para visitar museus, palácios e claro, o Zoo! Um verdadeiro luxo!

Boa semana a todos!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Progressão de carreira

(Imagem "Correio da Manhã")

Ninguém trabalha esperando ser promovido apenas porque é assíduo; ninguém recebe promoção apenas porque completou 3 ou 5 anos de trabalho. As promoções são o reconhecimento da competência. Merecem-se e conquistam-se. No entanto, em Portugal os professores têm desfrutado de um sistema excepcional de promoção compulsiva. Agora, ao verem ameaçado um sistema tão "confortável" insurgem-se. Dizem que estão apenas contra “este modelo” de avaliação, no entanto, não apresentam outro modelo, e apenas exigem que processo de avaliação seja suspenso. Parece-me claro que os professores não querem, de todo, ser avaliados!

Penso que um professor com uma taxa de insucesso de 90% merece ser avaliado; um professor que elabora testes para o dobro do tempo da aula merece ser avaliado; um professor incapaz de manter ordem na sala de aula, merece ser avaliado. Penso que os alunos e os pais merecem que os professores sejam avaliados. E acredito que os professores, realmente profissionais e competentes, merecem ser distinguidos dos outros. A promoção por mérito é mais justa e produz mais benefícios. É assim que o resto da população vive e trabalha! E quanto às manifestações, denominadas “da indignação”, apenas servem para demonstrar a indignidade de quem nelas grita insultos à ministra da Educação. Manifestar-se é um direito democrático, insultar é não merecer tal privilégio!

Uma óptima semana a todos!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Dependente do telefone


Eu? Eu não! Nem do telemóvel nem do telefone, e a prova é que me esqueço de um e não atendo o outro. Ok, agora que as crianças estão na escola tenho mais cuidado para estar sempre contactável, mas apenas no horário da escola. Não é propositado o esquecimento do telemóvel, quanto ao telefone basta começar a tocar e já começa o jogo do empurra ente mim e o meu marido.
- Não deve ser para mim! Diz aquele que for mais rápido a falar.
-Também não estou à espera de algum telefonema em particular. Responde o outro sem se dar por vencido. E às vezes neste diálogo o telefone toca, toca e pára. E o caso fica resolvido. Claro que se for durante as refeições então ninguém se levanta, porque as refeições são sagradas! Um dia a minha mãe almoçava connosco e o telefone tocou. Nós fingimos que não ouvíamos, mas a minha mãe insistiu para irmos atender. Como dissemos que não queríamos interromper o almoço, ela começou a mexer-se na cadeira, a ficar nervosa e de um pulo levantou-se a correr para atender.
Eu sei que mexe com os nervos das pessoas, ouvir o telefone tocar e não atender. Nós conseguimos perfeitamente, talvez porque não gostamos de falar ao telefone. Eu simplesmente não aguento ficar parada ao telefone; enquanto falo, cirando pela casa, rego vasos, arrumo roupa, brinquedos, etc. Mas ainda assim acho que o telefone é para dar um recado rápido e não para tagarelar. Começo a ficar irritada com isso, então “despacho” logo a pessoa. Ninguém na família me entende, e ficam passados quando ligam e não atendemos (nem sempre estamos em casa, ora!) mas por outro lado, tenho visto situações de pessoas dependentes de telemóvel que chega a raiar a má-criação.

Na 5º-feira passada, enquanto esperava a minha consulta na Clínica, notei um número surpreendente de pessoas com os telemóveis nas mãos (e ouvidos!) apesar dos vários avisos para desligarem os aparelhos. Uma utente, inclusive, aproximou-se do recepcionista, falando ao telemóvel e continuou a falar, enquanto ele lhe perguntava o nome e ela lhe estendia o cartão de utente e abanava a cabeça. Ele lançou-lhe um olhar de desagrado mas não disse nada. Eu achei pena que ele tolerasse aquela má-educação, mas pensei que talvez ele já tivesse visto aquela cena outras vezes.
Portanto, não sou dependente nem gosto de falar ao telefone; e você, quantos telemóveis tem?

Uma óptima semana a todos!

segunda-feira, 3 de março de 2008

História de família


Fui sempre a favor do parto anónimo, porém ao ler recentemente um post sobre o assunto, e um outro sobre a história da família, no blog da Sam, fiquei a pensar. Revi o meu ponto de vista, que não me parece, agora que sou mãe, tão linear como antes. Eu achava que era assim simples: em muitas situações dar um filho para adopção é um acto de amor, e fosse esse o caso ou porque a criança tinha sido abandonada ou retirada à custódia parental, a criança adoptada só tinha que valorizar quem a criara. Existia um motivo grave para não ficar com os pais e isso devia bastar. Não deveria ferir os pais adoptantes na busca dos pais biológicos, por aquilo que eu achava ser uma curiosidade masoquista. Contudo, sei de vários casos de adultos adoptados que foram procurar os pais biológicos. Porquê?
Compreendi agora, com os meus filhos, que nós precisamos de uma história familiar, de sabermos que pertencemos a essa história, e que somos muitas vezes o resultado de um conjunto de pessoas que nem chegamos a conhecer, mas que nos deram origem!
Desde sempre que eu ouço dizer que sou em tudo igual ao meu pai. Até nos dedos, dizem! Isso sempre me deixou orgulhosa. Vejo, agora, a importância que esses sinais genéticos têm para os meus filhos; para além daquele ar de parecença geral comigo, a Letícia tem um sinal no antebraço esquerdo exactamente igual ao meu. Quando o descobrimos ela ficou super feliz e não se cansava de o admirar. As histórias que contamos aos nossos filhos, sobre o avô materno e avós paternos são mais interessantes do que a mais fixe das histórias. Eles pedem para repetir, fazem perguntas, riem-se, admiram-se. Eu própria sempre gostei de ouvir as histórias de família e agora gosto de contá-las, mas também compreendo que nem todos somos assim. Recentemente, ao fazer uma busca por familiares brasileiros no Orkut, fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que me respondeu não saber a história familiar. Desconheciam os nomes de avós, desconheciam a origem da família em Portugal, afirmavam mesmo: “não sou chegado na história da família”.
Para mim a história de família é importante porque considero que conta também a minha história, mas será que realmente ela importa para a maioria das pessoas?

Boa semana!