terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Um dia lindo faz-me medo!

Hoje o dia está lindo; um sol radioso num céu azul sem nuvens, parecendo de tal forma um dia de Primavera que até os pássaros engana. Estão aí fora a chilrear alegremente o que para mim é bastante perturbador. Eu sei que não deveria ser assim, estamos no Inverno e a Natureza envia-nos a Primavera, porque está confusa, desestabilizada, e nós somos os responsáveis. Portanto, este dia assusta-me como se fosse uma tempestade.
Todos reclamamos contra a poluição, que está a afectar o tempo e a natureza em geral, e achamos que os responsáveis são os países mais industrializados, os governos, as grandes empresas, etc, e portanto nada fazemos. Lembremos que se milhões fizerem pequenos gestos a favor do meio ambiente o resultado final é impactante. Portanto, já que não podemos obrigar Bush a assinar o tratado de Kyoto, façamos entretanto a nossa parte!
4 Regras de ouro cá de casa:
1.Reciclar, reciclar, reciclar!
Papel, plástico e vidro, cada um no seu balde. Nem um ticket do supermercado para o lixo biológico!
2.Economia de água!
Antes de começar a sair água quente na banheira do 1º andar sai uns 6 litros de água fria, portanto, colocamos um balde na banheira para guardar essa água, que gastamos a regar vasos. (Pequena concessão à natureza em detrimento da estética!)
3.Uso de lâmpadas económicas.
Quase todas; a factura no final do mês faz-nos pensar que vale a pena pagar lâmpadas mais caras.
4. Pilhas recarregáveis.
Para além dos aparelhos domésticos (despertador, tira-borbotos, maquina fotográfica, comando dvd, tv, etc), uma quantidade infindável de brinquedos.

Aprender mais sobre os 3 R aqui

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Tempo de qualidade.

Acho uma piada quando ouço falar em tempo de qualidade! Nunca ouvi alguém explicar o que significa exactamente ”tempo de qualidade”, porém, pelo do que depreendo da conversa, é aquele tempo exclusivo que pais muito ocupados dedicam aos filhos. É assim, são pais-trabalhadores que privilegiam as carreiras e uma vez por semana, ou uma vez de quando em quando, fazem um intervalo e tornam-se em PAIS por algumas horas. Nessas horas, levam os filhos aos sítios que eles mais gostam, compram-lhes aquilo que eles pedem, são todos ouvidos e atenção. Por isso, quando ouço alguém dizer que passa pouco tempo com os filhos, mas que esse tempo é de qualidade, vejo imediatamente que estou perante um pai/mãe ausente que tenta agarrar-se ao argumento da qualidade como justificativo da sua opção. Não sei ao certo o que se passará nas cabeças destes filhos, todavia não acredito que esta passagem de “qualidade” para “nulidade” dê bons resultados. Quando eles crescerem, certamente, que esta aprendizagem do tempo de qualidade se vai insinuar em suas vidas. A namorada não quer fazer as mesmas coisas? O namorado não cede? Os amigos não dão atenção? Onde está a qualidade? Parte p’ra outra!
Não tenho nada contra os adeptos do tempo de qualidade, porém não venham dizer-me que fazem melhor pelos filhos, do que os pais que passam mais tempo com eles. A vida não é feita de tempo de qualidade, na vida temos de tudo. Há alturas em que estou com os meus filhos e me dedico a eles somente, noutras alturas estou em casa com eles e contudo tenho outras tarefas a executar. Eles sabem, aceitam e compreendem. A esta amostra da vida chamo equilíbrio e desde criança aprendemos que a vida é feita de toda a qualidade de tempos.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Esmeralda – O caso que apaixona Portugal

Diz-se que a justiça é cega porque deve ser imparcial, no entanto às vezes acho que é mesmo cega e surda na verdadeira acepção das palavras! Senão, como seria possível explicar que um juiz decida entregar uma criança de 5 anos a um relutante pai biológico? Que durante esses 5 anos a criança tenha sido criada por um casal que cuidou dela e a amou como seus verdadeiros pais? E que apenas aguardavam a conclusão do processo de adopção? Os “pais” de Esmeralda não foram ouvidos nem achados para a decisão do juiz e evidentemente o interesse da criança também não teve peso algum na decisão do magistrado. Aparentemente o factor biológico está acima de tudo.
Penso que para os magistrados seja muito mais fácil recorrer à sentença na base do código jurídico, pois assim é mais rápido e seguro porque se protegem invocando as leis; mas, e o bom senso, não entra nas decisões? Se o que interessa for mais um caso resolvido e não a aplicação da justiça, não, não entra!
Portanto, quando ouvi dizer que os pais de Esmeralda a teriam de entregar ao pai biológico, eu senti a dor daqueles pais e desabafei dizendo: - Como é que eles vão conseguir fazer isso? Eu não conseguiria!
E eles não conseguiram! Mãe e filha desapareceram para parte incerta e o pai foi julgado e condenado a 6 anos de prisão. Oxalá a nossa justiça fosse assim tão célere e dura em todos os casos, sobretudo naqueles mediáticos que envolvem figuras públicas.
“Parir é dor, criar é amor”, diz o ditado popular, e o pai biológico não pariu nem criou! Reclama a filha porque sim, porque se a amasse concluiria que retirar Esmeralda aos pais que a criaram a iria, sobretudo, magoar a ela mesma. A minha solidariedade vai para aqueles que amam e defendem as crianças.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Em nome da democracia e liberdade pode-se tudo?

Esta semana, a ONU divulgou dados segundo os quais mais de 34 mil civis iraquianos foram mortos desde o ano passado. Contudo, Condoleezza Rice afirmou recentemente que a guerra no Iraque é um investimento que vale a pena, pois a partir do momento que a situação se estabilize o Médio Oriente será muito diferente. (Só se for com mais ódio ao Ocidente!) Desde o início que os americanos falam não importa o quê para justificar a guerra no Iraque. Para justificar a invasão de um país soberano. Primeiro, foram as armas de destruição massiva, que afinal Saddam não possuía e agora é pela estabilidade do Médio Oriente! Nunca foi pelos poços de petróleo (que os iraquianos puseram a arder, só porque sabiam que era tudo o que os americanos queriam) e que hoje controlam!
Depois de tantas mortes de civis, cometidas graças a esta guerra civil que os americanos despoletaram, pergunto-me: - Afinal quem é o ditador? Quem é o terrorista? Saddam ou Bush? Afinal qual é a diferença entre os dois? Só porque Bush diz actuar em defesa da liberdade e democracia pode tudo?
E entretanto, o tribunal iraquiano vai condenando à morte os colaboradores de Saddam Hussein, demonstrando a igual falta de piedade daquele que acusam! Os nomes mudam, os crimes continuam. Que barbárie…

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Discriminação…

Falar de racismo e descriminação e objectar contra é algo que qualquer pessoa decente faz. Nessa atitude politicamente correcta nem sequer pensamos quanto nós próprios temos o preconceito enraizado!
Uma jornalista francesa disfarçou-se convincentemente em negra e, como negra encarou a procura de emprego (deixou cv e a esperança de ser chamada); de casa para alugar (sempre que dava o nome, o apart já estava alugado, finalmente sim, com a recomendação de não hospedar toda a "tribo"); conhecer homens num bar(devidamente acompanhada de uma sister mas nem um se aproximou!). Voltou como branca a fazer o mesmo percurso; ofereceram-lhe o emprego, alugaram-lhe a casa, fez vários amigos no bar. Em contrapartida, como negra entrou sem problemas na discoteca de blacks mais hot de Paris, onde imediatamente encontrou par, enquanto os brancos eram recusados.
Contudo, o que mais me chocou foram 2 pequenas histórias: como negra foi tratada por “tu” num café e como empregada doméstica em sua própria casa, enquanto a sua amiga branca era a suposta patroa. Isto significa que a descriminação está sempre lá, talvez sublimada, talvez inconsciente, talvez disfarçada, mas está! Como deve magoar e humilhar!
Isto fez-me cogitar…se na altura “certa” também eu não deixaria extravasar algum destes comportamentos.

Reportagem integral in “Marie Claire”, edição francesa, Janeiro de 2007.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Cada vez mais artificiais…

Tudo no mundo da moda e beleza gravita em torno do aspecto exterior, porém a situação está constantemente a ultrapassar os seus próprios limites. Sem pudores exibem raparigas na passerelle que parecem esqueletos ambulantes; o número 34 das roupas de confecção passou a ter mais destaque nas lojas; as operações plásticas tornaram-se as mais corriqueiras das operações, estando ao alcance até de quem não pode fazer pronto pagamento; o tratamento informático que as revistas de moda fazem aos manequins é ilimitadamente perfeito, a ponto de nos perguntarmos se serão seres humanos ou bonecas.
Nunca em tempo algum se valorizou tanto a beleza, juventude e magreza como actualmente. Obviamente que isto não é novidade para ninguém, assim como que essa exacerbada valorização está a levar as gerações mais jovens à doença física, psicológica, obsessão e mesmo à morte. Com personalidades ainda em formação e incapazes de se imporem num mundo que as rejeita tal como são, ficam obcecadas com elas próprias, entram em depressão, fazem abstinências a que chamam dietas, tornam-se anorécticas e morrem.
Na mesma linha do culto da magreza ,a Hewlett-Packard resolveu inventar uma máquina fotográfica(Série R) que emagrece! Sim, basta clicar no botão e como por magia alguns kilos são suprimidos da fotografada. O que faltará inventar a seguir? Talvez uma máquina fotográfica que transforme os feios em bonitos….

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Os filmes que todos já viram...

Na era a.f. (antes filhos) eu estaria aqui a escrever sobre filmes que vi no cinema, porém como estou na era d.f. vou escrever sobre d.v.d’s. Finalmente consegui ver “O código Da Vinci”, em duas parte é certo, durante 3 dias, pois é, mas já tinha o d.v.d. há um mês, portanto por aí se vê que a minha paciência é bastante elástica. Antes de mais convém dizer que eu li o livro, por conseguinte a minha expectativa já era outra. Como o meu marido não leu o livro (acompanhou o relato que eu ia fazendo da leitura), gostou bastante do filme e parece-me que é a opinião generalizada dos que não o leram.
Bem sei que adaptar um livro daqueles ao cinema deve ser tarefa árdua, porém aí está o mérito se for bem conseguido. De facto, apesar do livro ter imensa acção, que decorre num espaço curtíssimo de tempo, em variados cenários, a informação debitada é imensa e não acredito que o espectador médio compreenda o alcance dessa mesma informação. Sendo o tema a espiritualidade, a religião e o esoterismo, imagino que para qualquer pessoa não pertencente a círculos herméticos, a sociedades secretas, grande parte do filme, lhe tenha passado ao lado.
Alguns pormenores dos quais discordo: Pareceu-me que o papel de Sophie no cinema foi mais de observadora do que de protagonista, ao contrário do livro. A ligação do Bispo Aringarosa ao Silas foi pessimamente explicada. Gostei muito mais do livro, apesar de também não achar que seja uma obra meritória de tanto destaque internacional, mas vamos fazer o quê? O marketing dos americanos consegue tudo…

sábado, 6 de janeiro de 2007

Ainda o NATAL…

Nestes primeiros dias do ano, vou encontrando pessoas com quem ainda não estive desde o Natal e da minha parte ou da outra, lá vem a pergunta: -Então e esse Natal? Correu bem? Invariavelmente respondo que sim, correu bem, ainda que as crianças estivessem um pouco constipadas. Nessa altura, como se eu lhes tivesse dado a dica perfeita, respondem-me: -“Ah, o Natal é bom é para eles! As crianças é que vivem o Natal, para mim já não tem graça nenhuma!”. Tenho ouvido isto inúmeras vezes, o que me deixou a pensar.
Desde criança que eu adoro o Natal. Primeiro pela magia; acreditei no Pai-Natal ao ponto de me convencer que o vira a sobrevoar um pinheiral, que existia na época, perto da casa dos meus pais. Depois, porque o Natal se tornou a festa da família, os meus tios que viviam noutra cidade vinham juntar-se a nós e era a festa mais numerosa e animada do ano.
Porém, também eu neste Natal senti que alguma coisa me faltava. Logo no dia seguinte eu soube o que era, e em conversa com o meu marido disse-lhe e ele concordou. Faltou-nos a dimensão religiosa, espiritual da celebração. O Natal tornou-se numa festa familiar, 100% materialista. Preparamo-nos para o Natal apenas no plano físico; compramos presentes, fazemos a decoração, cozinhamos os doces todavia esquecemo-nos de preparar o Natal em nossos corações. O advento tem que ser vivido interiormente, através da reflexão, meditação e porque não? Oração, sim. Algures, na nossa passagem de sociedade carenciada (ditadura fascista) para materialista (democracia) esquecemos o espiritual e ficou o VAZIO. Daí o desabafo unânime das pessoas: “O Natal para mim perdeu a graça! “, como não, se não estamos em Graça?!
Resta-me um ano, para pensar o que fazer a fim de reverter a situação cá em casa, pois não quero que os meus filhos cresçam no desencanto do Natal. Desejo, mais que tudo, que em seus corações Jesus nasça cada ano e lhes traga paz e amor.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Estou a ler "Marley & Eu"


A primeira vez que vi o livro, estava na prateleira de uma livraria, como número UM de vendas. Intrigou-me como um livro sobre um cão poderia estar no top dos mais lidos. No mesmo dia, já eu nem me lembrava do livro, a minha tia disse-me que lera um livro fantástico, daqueles que não se consegue parar (ela nem fazia intervalos para almoçar); como se intitulava? “Marley & Eu”!
Se há presentes que eu não me canso de publicitar, para mim própria, são livros e chá. Sou consumidora inveterada dos dois e portanto nunca tenho demais. No Natal entre vários livros que recebi, estava “Marley & Eu”. Comecei por ele, e rapidamente cheguei à conclusão de que, realmente, livros são como perfumes, MUITO pessoais. O que para uma pessoa é fantástico, para outra pode ser simplesmente mediano. Li-o rapidamente, porque sou rápida e também porque é de fácil leitura. Como no próprio livro vem anunciado é um livro para “todos os que adoram cães”, e eu acrescentaria, muito útil também para quem está a pensar ter um cão. Se depois de ler sobre o pior dos cenários ainda quiser um, certamente nunca há-de arrepender-se da sua decisão. O meu filho quer um cão, a minha filha um gato, está visto que começaremos a aventura pelo felino!
Não há dúvida que o amor ideal do homem pelos caninos está aqui bem exemplificado; que dono suportaria passar por tudo aquilo e resistir por amor ao seu cão? Um num milhão, talvez. Indubitavelmente John Grogan merece ser premiado; portanto, não é de estranhar que o autor esteja a ser ressarcido pelos milhares de dólares que gastou com, e por causa de, Marley. Graças a ele, escreveu um livro que é um êxito internacional e lhe está e encher as algibeiras!